O EY Attractiveness Survey Portugal 2024, agora publicado, é um importante barómetro, suportado por um extenso processo de inquirição de investidores internacionais, que visa avaliar a evolução da atratividade de Portugal enquanto destino de IDE.
Em resultado da queda de 11% no número de projetos anunciados de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Portugal em 2023 (221) face ao valor recorde de 2022 (248), o país ocupa agora a 7ª posição entre os países europeus. Entre os principais investidores em Portugal destacam-se os Estados Unidos da América, a França e a Alemanha, que perfazem mais de 40% dos projetos anunciados em 2023. É de realçar o aumento significativo de investimentos oriundos do Brasil, já responsável por 7% dos projetos anunciados em 2023.
Ao nível setorial, Software & IT Services mantém-se como um dos principais setores de IDE, com cerca de 1 a cada 3 projetos de IDE em Portugal a provir deste mesmo setor. Também nos Business Services & Professional Services o crescimento da atratividade portuguesa é notório, com este setor a aumentar em mais de 35% o número de projetos anunciados em 2023 face a 2022.
Entre os pontos positivos da atratividade nacional está a imagem do país aos olhos dos inquiridos. Portugal tem sido consistentemente percecionado pelos investidores como mais atrativo do que a média europeia. São cerca de 8 em cada 10 os inquiridos que afirmam pretender investir no país no próximo ano.
A atratividade para IDE de Portugal assenta em três pilares: sustentabilidade, tecnologia e talento. Ao nível da sustentabilidade, o país é visto como um líder na produção e utilização de energias renováveis e no desenvolvimento de uma rede robusta de empresas CleanTech. O ecossistema tecnológico, como previamente mencionado, também se encontra bem posicionado aos olhos dos investidores, nomeadamente pelo esforço nacional de impulsionar iniciativas AI-friendly. No que respeita ao talento formado no país, os inquiridos destacam a adaptabilidade e qualidade que estão entre as caraterísticas mais valorizadas.
Apesar do outlook positivo nestes pilares de atratividade, persistem alguns desafios, como a elevada burocracia fiscal e a escassez de mão-de-obra.
Analisando a atratividade regional e local, o elemento que sobressai é a diversificação geográfica. A região Centro é percecionada em 2024 com a segunda região nacional mais atrativa para investimento, apesar da Área Metropolitana de Lisboa e do Norte de Portugal continuarem a atrair a fatia mais significativa dos projetos de IDE anunciados para 2023.
São destacadas 6 prioridades de intervenção para Portugal reforçar a sua posição internacional na captação de IDE, entre as quais sobressaem a “priorização da estabilidade política nacional”, o “reforço do processo de diversificação dos destinos de IDE ao nível regional e local” e a importância de “afirmar o país como um hub de atração de investimento de valor acrescentado”.
Em suma, os investidores reconhecem em Portugal o potencial para reforçar a sua posição como uma das principais referências europeias a nível de IDE. O crescimento sustentado da atratividade nacional encontra os seus alicerces no reforço do caminho trilhado e na mitigação dos desafios ao processo de investimento que ainda persistem no país.