Numa economia global marcada pelas tensões comerciais entre os EUA e a China, pelo conflito na Ucrânia e pelo aumento da inflação e das taxas de juro, Portugal conseguiu mostrar elevada resiliência com a economia portuguesa a crescer ao melhor ritmo dos últimos anos (6,7% de crescimento do PIB).

Um dos fatores que contribuiu para este crescimento, foi o número recorde de projetos de IDE, 248 projetos anunciados em 2022 (6.º lugar no ranking do top 10 de países europeus mais atrativos para o IDE), o que corresponde a um crescimento de 24% face a 2021 e 61% face a 2020, como demonstra o inquérito EY Attractiveness Survey Portugal, o qual, para além de fazer um levantamento exaustivo dos projetos de investimento externo, avalia a perceção dos investidores sobre a atratividade do país.

De acordo com o mesmo estudo, conclui-se que Software e serviços TI são os setores líder em projetos de IDE e totalizam 99 projetos, sendo que 76 deles representam empresas que estabelecem as suas operações em Portugal pela primeira vez, demonstrando a aptidão do país para a economia digital.

No EY Attractiveness Survey Portugal, é também apontado como fator de atratividade da economia portuguesa: a qualidade de vida, a estabilidade social, a presença de infraestruturas de telecomunicações, transporte e logística e apoios e incentivos assegurados por entidades públicas locais.

O papel da inovação, da digitalização, da sustentabilidade e do talento é, igualmente, reconhecido neste estudo, pois são percecionados como drivers de crescimento da economia portuguesa para os próximos anos.

Ainda assim, é necessário reforçar ainda mais o posicionamento da economia portuguesa nas cadeias globais, promovendo os aspetos considerados críticos para a sua escolha enquanto destino de IDE, num cenário exigente e de elevada “concorrência” entre países, não esquecendo que também há espaço para melhorias.

A este nível, destaca-se que, para manter a sua posição competitiva na economia global, Portugal precisa de endereçar bem os seguintes desafios: permitir que a regulamentação acompanhe as disrupções tecnológicas, incentivar políticas ambientais e apoiar as PME.