Há 14 anos foi criada uma Sociedade Financeira de Crédito, orientada para o financiamento do desenvolvimento, de seu nome SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento, com o objetivo de contribuir para o crescimento económico de países emergentes e em vias de desenvolvimento, articulando com os objetivos e a estratégia do Estado português em matéria de economia, cooperação e ajuda pública ao desenvolvimento.

Através da oferta de serviços e produtos financeiros junto de empresas privadas ou públicas (desde que geridas de forma comercial), a SOFID tem o propósito de contribuir para o incremento das relações a nível produtivo e comercial entre Portugal e os países emergentes e em vias de desenvolvimento, de modo a estimular o seu progresso económico e social.

O papel desta instituição deveria ser relevante e servir como alavanca à participação portuguesa em matéria de investimentos nos países emergentes, desde que promovidos por empresas nossas, cujos projetos tenham viabilidade financeira e preocupações ambientais, em setores geradores de desenvolvimento económico e social.

Ou seja, a importância desta instituição deriva do facto de através da concessão de empréstimos de médio e longo prazo, ou de garantias bancárias, a SOFID promover a internacionalização das nossas empresas, criando impacto económico, social e ambiental positivo nos mercados onde atua.

Há menos de um ano, o Conselho de Ministros aprovou, na generalidade, também, o Programa Internacionalizar 2030 – no seguimento do Programa Internacionalizar aprovado pelo governo anterior – que estabelece as prioridades para a internacionalização da economia portuguesa, através do aumento das exportações de bens e serviços e do incremento do número de exportadores, da diversificação de mercados de exportação, do aumento do volume de investimento direto estrangeiro (IDE), do fortalecimento do investimento direto português no estrangeiro (IDPE) e do acréscimo do valor acrescentado nacional (VAB).

Mas o que ainda ninguém conseguiu perceber é como é que esta sociedade de crédito público poderá desempenhar um papel importante neste programa estratégico, ademais, tendo em conta a atual situação pandémica no mundo, pois é importante conhecer o papel que Portugal tem a nível global, através da cooperação, em áreas essenciais para ajudar as populações de países parceiros a serem mais resilientes.

Nesta certeza, tive há dias a oportunidade de questionar a administração desta empresa pública, sobre como poderá aproveitar sinergias para uma melhor captação de financiamento e maximização do seu impacto no passo decisivo da internacionalização da nossa economia, e sobre a política de cooperação para o desenvolvimento como vetor chave da política externa, tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável dos países parceiros.

Sim, é necessário um papel mais interventivo para esta instituição que conta apenas com 13 colaboradores, mas que poderá ter um papel determinante na afirmação de Portugal no mundo e no apoio à nossa economia. Necessário e urgente, pois não há tempo a perder.