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Portugal no ‘top’ 20 dos maiores produtores mundiais de calçado

De acordo com a última edição do World Footwear Yearbook, elaborado pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), Portugal recuperou um lugar e assumiu em 2019 a 20.ª posição do ‘top’ 20 dos maiores produtores mundiais do setor, um “grupo restrito” onde, da Europa, “apenas se intrometem” mais a Itália (10.º lugar) e Espanha (17.º).
18 Setembro 2020, 08h53

Portugal surge no ‘top’ 20 dos maiores produtores de calçado, um “grupo restrito” onde, da Europa apenas constam mais Itália e Espanha, num setor em que 87,4% da produção mundial vem da Ásia, respondendo a China por 55,5%.

De acordo com a última edição do World Footwear Yearbook, elaborado pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), Portugal recuperou um lugar e assumiu em 2019 a 20.ª posição do ‘top’ 20 dos maiores produtores mundiais do setor, um “grupo restrito” onde, da Europa, “apenas se intrometem” mais a Itália (10.º lugar) e Espanha (17.º).

“A produção continua a concentrar-se maioritariamente na Ásia, onde se produzem nove em cada 10 pares de calçado. Nos últimos 10 anos, o continente asiático reforçou ligeiramente o seu domínio no panorama internacional, aumentando a sua produção mundial em dois pontos percentuais”, refere a APICCAPS.

Num balanço no âmbito da participação portuguesa na feira de calçado MICAM, que decorre de domingo a quarta-feira em Milão, Itália, a associação aponta ainda a “posição de destaque” ocupada por Portugal ao nível do preço médio de venda, com o segundo valor mais elevado (26,26 dólares por par exportado), entre os principais produtores mundiais de calçado, ainda distante de Itália (57,11 dólares o par), mas já “claramente” acima de Espanha (19,11 dólares o par).

Pelo contrário, o preço médio do calçado exportado pela China ascendeu, em 2019, a 4,72 dólares.

Ainda no domínio do comércio externo, Portugal surge como o 19.º maior exportador mundial de calçado, destacando-se como o 6.º exportador no segmento ‘waterproof’ (à prova de água), com uma quota de 2,6%, e o 10.º maior no segmento de calçado em couro, com uma quota de 3,1% nas exportações mundiais.

Globalmente, os dados mais recentes do World Footwear Yearbook apontam que a produção mundial de calçado aumentou 21,2% na última década, crescendo a uma taxa média anual de 2,2%, enquanto as exportações globais aumentaram 10,6% em volume e 59% em valor.

Em 2019, a indústria mundial abrandou (cresceu apenas 0,6%, mas ainda assim bateu um novo recorde absoluto de 24,3 mil milhões de pares produzidos no final do ano passado), e o valor das exportações progrediu 2%, também para o valor recorde de 146 mil milhões de dólares (cerca de 123 milhões de euros).

“Este crescimento foi impulsionado, maioritariamente, pelos países asiáticos, que aumentaram as suas exportações em 2,8%”, nota a APICCAPS, acrescentando que, “na Europa, a taxa de crescimento foi de 1,2% e, noutras partes do globo, foi ainda mais baixa, ou mesmo negativa”.

De acordo com a APICCAPS, “é expectável que esta trajetória descendente se mantenha em 2020, devido às consequências da pandemia de covid-19”.

A segunda edição do ‘Business Conditions Survey’, realizado junto do painel internacional de especialistas do ‘World Footwear’, prevê mesmo que o consumo mundial de calçado deverá recuar 22,5% este ano, com menos 5.100 milhões de pares de sapatos comercializados a nível global.

O estudo antecipa que “o impacto da pandemia de covid-19 irá penalizar fortemente o setor de calçado em 2020”, ocorrendo “o cenário mais negativo” na Europa, com uma perda estimada de 27% no consumo, equivalente a menos 908 milhões de pares comercializados.

Já na América do Norte o recuo previsto é de 21% (menos 696 milhões de pares), enquanto na Ásia a queda esperada é de 20% (menos 2.400 milhões de pares).

Os dados relativos a 2019 indicam que foram exportados 15 mil milhões de pares de calçado, o que representa 62% de todo o calçado fabricado, surgindo sem surpresa a Ásia como o maior exportador mundial, com uma quota de 83,9%.

Ainda assim, a quota das exportações da Ásia diminuiu ligeiramente na última década, à semelhança do sucedido nos restantes continentes, com a exceção da Europa, que nos últimos 10 anos aumentou a quota nas exportações globais em 2,6 pontos percentuais.

“A China foi a origem de dois em cada três pares de calçado exportados em 2019, mas a quota no mercado tem diminuído de forma sustentada na última década, tendo perdido sete pontos percentuais desde 2010. Em trajetória oposta, o Vietname dobrou praticamente a sua quota no mercado durante o mesmo período, e a Índia e a Turquia têm-se também destacado com desempenhos notáveis no decurso da década”, refere a APICCAPS.

No que respeita ao consumo de calçado, a Ásia (com destaque para a China e Índia) é responsável por mais de metade do consumo global, cabendo à Europa e à América do Norte uma fatia de 15% cada.

“Se os países da União Europeia correspondessem a uma única região, representariam o segundo maior mercado de consumo, com 2.680 milhões de pares comercializados em 2019”, nota a APICCAPS, que destaca ainda as diferenças geográficas nos padrões de consumo de calçado, que, ‘per capita’, varia entre 1,6 pares em África e 5,6 pares na América do Norte.

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