Segundo o estudo sobre dividendos da Allianz Global Investors, Portugal mantém-se no top10 da Europa com ‘dividend yield’ de 3,55% em 2023 e 3,80% em 2024.
“Portugal situa-se no top10 da Europa em termos de rendimento de dividendos pelo quinto ano consecutivo (depois de estar no top5 até 2022 e ocupar a primeira posição em 2019)”, segundo a análise. “Em 2023, registou 3,55% e estima-se que ascenda aos 3,67% em 2024, o que lhe permitirá subir uma posição no ranking europeu este ano”, acrescenta a Allianz Global Investors Dividend Study 2024.
Para 2024, a Allianz espera que o volume de dividendos na Europa atinja cerca de 433 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de cerca de 6,5% face a 2023, sendo que o rendimento dos dividendos na região também está a aumentar. Em 2025, prevê-se que este ascenda a 460 mil milhões de euros (+13% em relação a 2023).
O pagamento de dividendos no MSCI Europe volta a alcançar níveis recorde, segundo os cálculos da Allianz Global Investors (Allianz GI).
A retribuição das empresas incluídas no índice de ações europeias MSCI Europe situou-se nos 407 mil milhões de euros em 2023, segundo o Allianz GI Dividend Study 2024.
O Allianz GI Dividend Study 2024 destaca a contribuição significativa dos dividendos para a rentabilidade total das bolsas europeias.
“Importa ter em conta o efeito estabilizador dos dividendos nas carteiras”, acrescenta a análise.
Jörg de Vries-Hippen, Diretor de Investimento em Ações Europa, afirma que “o recente aumento na distribuição de dividendos insere-se numa tendência ascendente, que só foi interrompida em 2020 devido à Covid-19”.
“As perspetivas também se mantêm positivas”, pois “espera-se que o pagamento de dividendos cresça tanto este ano como no seguinte”, diz Jörg de Vries-Hippen.
Grant Cheng, Gestor de Carteira de Dividendos, acrescenta que no entanto “existem fortes diferenças a nível setorial, o que abona em favor da diversificação e da seleção na tomada de decisões de investimento”.
“O pagamento de dividendos está a aumentar, sobretudo nos setores financeiro e de consumo discricionário”, conclui o gestor.
A rentabilidade por dividendo, que se traduz um payout percentual face ao preço atual da ação, também segue uma tendência positiva, frisa a Allianz GI. Para as empresas do MSCI Europe, esta situou-se nos 3,47% no final de 2023 e poderá subir para os 3,67% este ano.
A importância que a distribuição de dividendos tem historicamente tido para a rentabilidade total dos investimentos em ações é demonstrada no relatório Allianz Global Investors Dividend Study 2024.
“Nos últimos 40 anos, quase 36% do rendimento total anualizado dos investimentos em ações do índice MSCI Europe foi impulsionado pelos dividendos”, revela o estudo.
A contribuição dos dividendos representa 22% da rentabilidade total na América do Norte (MSCI North America), enquanto que atinge os 40% na região Ásia-Pacífico (MSCI Pacific).
Citado no comunicado, Hans-Jörg Naumer, Diretor Global de Mercados de Capitais e Análise Temática e autor do estudo, diz que “historicamente, os dividendos têm contribuído significativamente para o rendimento total das ações” e que “também se têm desenvolvido de forma mais constante do que os lucros empresariais, o que nos leva a concluir que as empresas normalmente mantêm a sua política de dividendos uma vez estabelecida e que, mesmo que os seus lucros apresentem um desenvolvimento mais fraco, tendem a aumentar os dividendos em vez de reduzi-los”.
“Os dividendos oferecem, assim, estabilidade à carteira, especialmente em tempos de disrupção”, remata o responsável de mercados da Allianz GI.
Na Europa, o pagamento de dividendos tem contribuído em grande medida para a rentabilidade total das ações.
A Allianz GI dá conta que de 2019 a 2023, o pagamento de dividendos de 2,51% representou quase metade da rentabilidade global, de 5,13%. De 2014 a 2018, o seu peso foi superior, com uns 2,75% dos 2,96% totais.
Os preços das ações de empresas que pagam dividendos também provaram ser menos voláteis no passado do que as ações de empresas que não pagam dividendos, acrescenta.
“A regra geral é que os lucros das empresas flutuam menos que os preços das ações, os dividendos flutuam menos que os lucros das empresas”, conclui Hans-Jörg Naumer.
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