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Portugal. Os 10% mais pobres ainda ganham nove vezes menos que os 10% mais ricos

Em 2018, o coeficiente de Gini até melhorou, mas as disparidades nos extremos, sobretudo entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos, continuam muito acentuadas.
7 Maio 2019, 11h48

Apesar de se ter reduzido a diferença que separa os rendimentos dos portugueses mais ricos e mais pobres, Portugal continua a ser um país muito desigual.

“Os resultados definitivos do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2018 sobre rendimentos do ano anterior, indicam uma distribuição fortemente assimétrica, apesar dos principais indicadores de desigualdade se terem reduzido novamente em 2017”, avança o INE.

O coeficiente de Gini – que tem em conta toda a distribuição dos rendimentos entre todos os grupos populacionais, e não apenas os de menores e maiores recursos – subiu ligeiramente em 1,4 pontos percentuais (p.p.) para 32,1% em 2017. O seu valor é 0 quando todos os indivíduos têm igual rendimento ou 100 quando todo o rendimento se concentra num único indivíduo.

A distância entre o rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos e dos 20% com mais baixos recursos foi de 5,2 – ou seja, os 20% dos portugueses mais ricos têm cinco vezes mais do que os 20% mais pobres – o que compara com 5,7 em 2016.

A Região Autónoma dos Açores foi aquela em que a diferença entre os rendimentos dos 20% mais ricos versus os 20% mais pobres foi superior: 7,3, acima da média nacional. Já o Alentejo foi a região em que a distribuição dos rendimentos conseguiu ser menos desigual (4,4).

Olhando mais de perto, agora para o fosso de rendimento entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, este também desceu, e de forma mais acentuada, passando de 10 em 2016 para 8,7 em 2017. Ou seja, os 10% mais ricos em Portugal têm rendimentos quase 9 vezes superiores aos dos 10% mais pobres.

Cruzando todos estes dados, o INE conclui que, apesar de os indicadores que medem as desigualdades económicas dos portugueses terem diminuído no ano passado, continua a “confirma-se uma forte desigualdade na distribuição dos rendimentos” em Portugal.

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