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Portugal paga taxas mais baixas para emitir mil milhões de euros a seis e 10 anos

Nas obrigações a 10 anos, Portugal emitiu 700 milhões de euros e conseguiu uma ‘yield’ de 0,397%, depois de a 12 de maio ter pago uma taxa de 0,505%. No mercado secundário, a taxa dessa dívida benchmark negoceia esta quarta-feira nos 0,406%, mínimos de 24 de abril.
  • Cristina Bernardo
9 Junho 2021, 10h58

O IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública emitiu esta quarta-feira um total de mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a seis e a 10 anos, o montante máximo indicativo, tendo pago taxas de juro mais baixas nas duas maturidades numa altura em que os investidores acreditam que o Banco Central Europeu irá manter inalterados os estímulos monetários apesar da aceleração da inflação.

A agência liderada por Cristina Casalinho tinha estabelecido como indicativo um montante entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros.

Nas OT a 10 anos, com maturidade em outubro de 2031, Portugal emitiu 700 milhões de euros e conseguiu uma yield de 0,397%, depois de a 12 de maio ter pago uma taxa de 0,505%. No mercado secundário, a taxa dessa dívida benchmark negoceia esta quarta-feira nos 0,406%, mínimos de 24 de abril. A procura superou a oferta em 1,53 vezes.

Na maturidade mais curta, com prazo de outubro de 2027, o IGCP colocou 300 milhões de euros, tendo pago uma taxa de colocação de -o,162%, o que compara com uma taxa de juro de -0.086% num leilão a 10 de março. O rácio de procura/oferta foi de 4,33 vezes.

“Após uma subida generalizada nas yields da dívida soberana desde o início do ano, e que para já atingiram o seu pico em maio, assistimos nas últimas semanas a uma inversão desta tendência, movimento que também se fez sentir no prémio de risco de Portugal”, afirmou Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

“Os discursos mais cautelosos por parte dos responsáveis dos bancos centrais, relativamente a um possível abrandamento nos programas de compra de ativos, ou mesmo retirada de estímulos, têm suportado este movimento. Para já, parece existir um consenso de que a inflação a que estamos a assistir é transitória e será preciso existirem mais evidências para se verificarem alterações na política monetária.”

A inflação na zona euro atingiu os 2% em maio, superando a meta do BCE que é de perto, mas abaixo de 2%. No entanto, Christine Lagarde tem reiterado que o banco central vê a subida dos preços como transitória, pois reflete o efeito base da comparação com a quebra da inflação no período homólogo, exacerbado pelo aumento dos preços da energia, em particular o petróleo.

A maioria dos analistas acredita que Lagarde deverá manter essa posição esta quinta-feira, na conferência de imprensa que se segue à reunião do Conselho de Governadores.

[Atualizada às 11h14]

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