O presidente executivo (CEO) do Bison Bank considera, em entrevista à Lusa, que Portugal pode “claramente ser o ‘hub’ do Web3 e ‘blockchain’ no futuro e defende “um pensamento estratégico” para o país a longo prazo.
António Henriques participa hoje à tarde no painel “The fringe economy”, na Web Summit.
Questionado sobre se Portugal poderia ter um papel importante na área dos criptoativos, o gestor diz perentoriamente que “sim”.
“Eu penso que Portugal pode ter um papel importante no desenvolvimento do ecossistema Web3 ou ‘blockchain’”, até porque “Web3 e ‘blockchain’ não são só criptoativos”, salienta.
António Henriques acredita que o ‘blockchain’ [tecnologia que permite rastrear informação] e Web3 [que cria interconexões entre várias tecnologias] “podem ser altamente transformadoras”.
No caso do ‘blockchain’ “estamos a falar de uma base de dados gigante com extrema segurança descentralizada que, na verdade, custodia dados estruturados”, agora “imagine o que é aplicar a inteligência artificial em cima de uma base de dados gigante com dados estruturados. É uma explosão de coisas novas”, salienta.
Questionado sobre o que é preciso fazer para Portugal dar o ‘salto’ na inovação, defende um “pensamento estratégico” para o país “a longo prazo”.
“Costumo dizer que Portugal é tão bom que não precisamos de fazer nada para atrair pessoas e capital estrangeiro. E a questão é: E se fizéssemos”, questiona.
E se “fizéssemos alguma coisa para escolher, exatamente qual é o investimento que queremos trazer para Portugal? Quais são as pessoas que queremos trazer para Portugal? Quais são os países que nós queremos que invistam” no país, pergunta António Henriques.
O CEO dá o exemplo de Singapura, que nos anos 60 “estava anos atrás de Portugal e hoje está anos à frente de Portugal” porque fez um “planeamento de super longo prazo” e “conseguiu”, aponta.
“Temos que ter um Portugal completamente diferente daqui a 50 anos”, afirma.
Esse pensamento estratégico seria “determinante”, em que seriam definidos quais os setores estratégicos que seriam desenvolvidos no país.
“Temos é que definir o que queremos para Portugal e ativar esses mecanismos”, remata António Henriques.
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