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Portugal pode cortar 85% das emissões e criar 200 mil empregos em setores chaves para a transição climática

Relatório “200 Mil Empregos para o Clima” apresentado este sábado ao final da tarde, em Lisboa, propõe a criação do Serviço Nacional do Clima à semelhança do existente Serviço Nacional de Saúde.
30 Maio 2021, 10h32

A Campanha Empregos para o Clima lançou, este sábado, o relatório “200 mil empregos para o clima”, que explica como Portugal pode cortar 85% das emissões de gases com efeito de estufa e simultaneamente criar 200 mil empregos, nos próximos 10 anos.

O documento apresentado no Largo do Carmo, em Lisboa, conta com o contributo de académicos, ativistas, sindicalistas e investigadores.

“Enfrentamos várias crises ao mesmo tempo. Entre estas, a crise climática e a crise social de desemprego, subemprego e precariedade afetam diretamente a maioria da população mundial”, disse Sinan Eden, porta-voz da Campanha Empregos, defendendo que é possível resolver estas crises em simultâneo. “A descarbonização da economia vai dar muito trabalho”, sublinhou.

Segundo Sinan Eden, os empregos a criar são “empregos dignos com condições justas, respeitadores das regras de proteção do ambiente, higiene, saúde e segurança no trabalho, criados numa óptica de serviço público nos vários setores chave para a transição energética e corte de emissões – energias, transportes, indústria, agricultura, resíduos e floresta”.

O relatório defende que é fundamental que a sociedade civil e, em particular, os sindicatos e as associações laborais se envolvam na construção de um plano governamental de empregos para o clima. E propõe que seja criado o Serviço Nacional do Clima à semelhança do existente Serviço Nacional de Saúde. Este serviço, explica, terá como objetivo assegurar o trabalho para a transição para um planeta habitável e garantir o  acesso público aos recursos.

Portugal tem, de acordo com o “Paris Equity Map”, até 2030 que cortar em mais de 75% as emissões. São cinco ou 10 anos até lá para “iniciar uma transição energética profunda” e  contribuir para “mudar o curso da civilização humana”, salienta o ativista.

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