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Portugal precisa de mais mão de obra para concretizar investimento em habitação, afirma Montenegro

“Precisamos, efetivamente, de mais capacidade, de mais capacidade empresarial, de mais capacidade de mão de obra, tal é o investimento que, eu não me importo aqui de confessar, estamos a ter dificuldade, com a nossa capacidade na indústria da construção, de poder aceder e acorrer a tantas solicitações”, afirmou o primeiro-ministro, num Fórum Empresarial Brasil-Portugal, em São Paulo.
Luís Montenegro
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, discursa durante a apresentação do programa da participação de Portugal na Expo 2025 Osaka, em Lisboa, 16 de janeiro de 2025. RODRIGO ANTUNES/LUSA
20 Fevereiro 2025, 16h28

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou hoje, no Brasil, que Portugal precisa de mais mão de obra para concretizar o programa de investimento público em habitação, referindo que está a haver dificuldade em acorrer às solicitações.

“Precisamos, efetivamente, de mais capacidade, de mais capacidade empresarial, de mais capacidade de mão de obra, tal é o investimento que, eu não me importo aqui de confessar, estamos a ter dificuldade, com a nossa capacidade na indústria da construção, de poder aceder e acorrer a tantas solicitações”, afirmou o primeiro-ministro, num Fórum Empresarial Brasil-Portugal, em São Paulo.

Neste discurso, Luís Montenegro considerou que os resultados económicos de Portugal só são possíveis graças ao “esforço de muitos estrangeiros, à cabeça dos quais estão os brasileiros” – que representam mais de metade dos imigrantes no país – “a trabalhar em Portugal, e também de muito investimento empresarial brasileiro”.

“Mas nós não devemos olhar para isto de forma contemplativa. Eu acho que isto ainda é pouco. Acho que ainda podemos fazer muito mais. Acho que ainda temos capacidade para acolher mais pessoas, mais talento e, sobretudo, mais empresas e mais investimento”, acrescentou.

Perante uma plateia de empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Luís Montenegro descreveu Portugal como “um país de oportunidades”, com um Governo com “vontade férrea” em investir e que tem em curso “um dos maiores programas de investimento público de que há memória”, com apoio dos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

De acordo com o primeiro-ministro, trata-se de uma mudança, depois de “um período, nos últimos anos, de suspensão de muitos dos investimentos que estavam projetados”, e “aquilo que não se fez até aqui tem que ser feito agora”.

Como exemplos de investimentos em curso, apontou: “Nós temos já em curso o processo de construção de um novo aeroporto de Lisboa, uma infraestrutura crucial para a economia, nas suas mais diversas áreas de atividade. Temos também já em curso o projeto de alta velocidade ferroviária para o transporte de passageiros e de mercadorias. Temos em curso a valorização dos nossos portos e, portanto, de todo o ecossistema portuário”.

Como tinha feito antes o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, Luís Montenegro convidou “as empresas brasileiras a olharem para esta oportunidade de investimento nas infraestruturas em Portugal”.

Neste ponto, destacou, então, o investimento na habitação: “Um investimento que não tem paralelo nos últimos 50 anos de vida do país, houve apenas um programa que se aproximou. E para o qual nós precisamos, efetivamente, de mais capacidade, de mais capacidade empresarial, de mais capacidade de mão de obra”.

“Precisamos mesmo de mais empresas, de mais mão de obra, ainda por cima temos um calendário que não podemos ultrapassar, para nos próximos anos podermos construir, no caso concreto, só no perímetro do Estado, 59 mil novas habitações, num investimento que é superior a 4 mil milhões de euros”, reforçou.

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