A ameaça da “japonização” das economias avançadas, caracterizada por um período prolongado de baixo crescimento e baixa inflação ou até deflação atacou o motor da economia da zona do euro, a Alemanha, e pode colocar em risco os indicadores macro de toda a região. No entanto, nem tudo está perdido. Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda estão a evitar que a zona euro caia em recessão, avança o jornal El Economista.
Na atual conjuntura económica, este termo costuma caracterizar uma economia em estagnação prolongada. A japonesa, em particular, está desde 1990. Um estudo da Oxford Economics alerta para o risco da japonização na Europa e aponta o exemplo de Portugal como um dos países que está a conseguir evitar esta ameaça. Segundo a análise, a chave dessa evolução está nas medidas aplicadas durante a pandemia, no bom desempenho do setor privado e nas políticas fiscais e monetárias. “O estímulo maciço durante a pandemia quebrou o ciclo deflacionário na Europa”, explica a Oxford Economics, referindo-se também a outros países do Sul da Europa. Embora os efeitos dessas políticas possam diluir-se com o tempo, permitiram consolidar uma recuperação mais robusta após a crise financeira de 2008. “Desde então, a combinação de reformas estruturais, inflação e crescimento permitiram uma forte redução do endividamento privado, especialmente na Espanha e em Portugal”, destacou o relatório da Oxford Economics.
Outro elemento-chave foi a própria evolução da inflação. Antes da pandemia, a Europa apresentava uma tendência deflacionária, o que aumentava o risco de “japonização”. No entanto, após o choque pandémico, os preços mantiveram-se relativamente altos. Além disso, os preços dos ativos desempenharam um papel importante. “O aumento nos preços dos imóveis e nos mercados de ações eliminou as pressões deflacionárias que existiam em alguns países”, explicam os especialistas. Nesse sentido, Espanha e Portugal viram seus mercados imobiliários recuperar de forma sólida, ao contrário da Alemanha, onde o setor residencial tem mostrado sinais de declínio.
Neste contexto, a evolução da Alemanha será crucial para o futuro da zona do euro. “O facto de a a Alemanha estar a apresentar sinais de “japonização” é um alerta”, refere a Oxford Economics. “Enquanto Espanha, Grécia e Portugal encontraram fórmulas para revitalizar o seu crescimento e não cair na armadilha do baixo crescimento e deflação, que pode afetar toda a região”, conclui o estudo.
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