Portugal será um dos países-chave do ‘spin-off’ da IBM na área de infraestruturas. Luis Roca Fernandez vai liderar operação

A IBM decidiu separar o negócio de serviços de infraestruturas do grupo, sendo que a operação dos serviços de infraestruturas passará para as mãos da Kyndryl até ao final de 2021. Trata-se de um spin-off  independente da IBM que terá um papel muito relevante do mercado português na operação. Em Portugal e Espanha, a Kyndryl será liderada por Luis Roca Fernandez.

Até ao final do ano, a IBM vai passar para a Kyndryl os serviços de infraestruturas. “Não são serviços de consultoria ou integração de sistemas nem manutenção aplicacional, mas o serviços de monitorização, administração e resolução de projetos muito tecnológicos à volta dos nossos data centers e da gestão da cloud. Esses serviços vão passar da IBM para uma empresa que já está formada, a Kyndryl”, revelou ao Jornal Económico (JE) José Manuel Paraíso, presidente da IBM Portugal, em entrevista.

O modelo operacional já está definido, mas falta concluir a passagem do negócio dos serviços de infraestruturas para a nova corporation. “A Kyndryl já existe mundialmente, em Portugal também, mas ainda está a 100% integrada na IBM”, explicou José Manuel Paraíso, adiantando que “Kyndryl vai estar muito forte em Portugal”.

Em que medida o mercado português será forte? O gestor máximo da IBM Portugal explica que a importância do país corresponde ao serviço que a IBM já fornece na área das infraestruturas, em Portugal. “O serviço que nós prestamos à volta das infraestruturas é muito relevante, porque tratam-se dos outsourcings mais antigos que temos e toda a gestão de data centers, e será essa nova empresa a controlar essa área. A gestão de infraestruturas será o negócio de futuro da Kyndryl”, sublinhou.

Com a cisão na área dos serviços da IBM, os cerca de dois mil trabalhadores que José Manuel Paraíso espera estarem a trabalhar na IBM até ao final de 2021 serão divididos entre a IBM Portugal e a Kyndryl. Ou seja, a previsão é que até ao fim do ano trabalhadores e clientes da área de serviços de infraestruturas da IBM passem para a nova empresa. “Significa que destas quase duas mil pessoas, serão cerca de mil para cada lado em Portugal no final do ano”, afiançou José Manuel Paraíso.

A nova empresa vai estar cotada na Bolsa de Nova Iorque e, apesar de ter sido lançada como um spin-off, a IBM não vai participar na estrutura da Kyndryl. “Serão duas empresas totalmente independentes, mas obviamente ligadas por acordos comerciais e continuarão a trabalhar juntas do ponto de vista comercial”, esclareceu o presidente da IBM Portugal.

Luis Roca Fernandez é o escolhido para liderar Kyndryl na Península Ibérica

José Manuel Paraíso reiterou ao JE que Portugal “vai ser um dos países fortes da Kyndryl”. Para liderar as operações da nova empresa, a IBM anunciou esta segunda-feira a escolha de Luis Roca Fernandez para o mercado ibérico. Ou seja, para Portugal e Espanha.

Roca Fernandez é atualmente diretor-geral da IBM Global Technology Services Ibéria, o que significa que a sua escolha para liderar a Kyndryl em Portugal e Espanha acaba por ser um passo natural, dada a experiência do gestor na gestão dos serviços de infraestruturas.

Em comunicado, a IBM dá conta da experiência de três décadas de Roca Fernandez em cargos de liderança na IBM no continente europeu, tendo sido já vice-presidente de vendas da IBM em Espanha, Portugal, Israel e Grécia e vice-presidente de outsourcing estratégico para o sudoeste da Europa.

“Estou muito satisfeito que seja o Luis Roca a liderar a nossa equipa em Espanha e em Portugal, um mercado chave para a Kyndryl. Tem uma vasta experiência na indústria e um profundo conhecimento das nossas operações locais, tendo liderado vários projetos estratégicos e de transformação em cloud para clientes em toda a Europa”, sublinhou Martin Schroeter, presidente executivo da IBM mundial no mesmo comunicado.

A operação da Kyndryl vai focar-se em combina managed services, serviços de consultoria e de implementação na área de infraestruturas. “A empresa estará organizada em seis práticas globais, incluindo cloud; core enterprise e cloud; aplicações, dados& IA; digital workplace; segurança e resiliência; e network & edge.