As mais recentes eleições revelaram-se um terramoto para alguns partidos. Os mais distraídos não perceberam as verdadeiras preocupações dos portugueses – o custo de vida, a habitação e, no topo, a imigração.

Por um lado, a inexistência de uma maioria absoluta dificulta a implementação mais célere de reformas necessárias nos diversos domínios – justiça, educação, administração central e local – com especial foco na redução da burocracia. Por outro, o enfraquecimento do que foi até agora o maior partido da oposição pode dar uma folga de curto prazo ao novo Governo.

A luta partidária, nomeadamente o incentivo à contestação social, pode ser um obstáculo à transformação e adaptação de Portugal à nova realidade económica e política mundial. Vivemos um tempo pautado por muita incerteza no palco internacional, mas onde Portugal tem um mundo de oportunidades para aproveitar, interna e externamente.

Internamente, a necessidade do investimento em novas infraestruturas é urgente, adaptando o país ao turismo crescente e à necessidade de atrair e fixar investimento estrangeiro. Para isso, é essencial que a alta velocidade, infraestruturas portuárias e aeroportos, saiam do papel e sejam efetivadas.

A riqueza mineral, por sua vez, permite-nos ter uma palavra a dizer como fornecedor de confiança de matérias raras, essenciais para a evolução tecnológica. Sem esquecer que enfrentamos a concorrência do Médio Oriente, que continua a atrair investimento devido ao hub mundial que conseguiram criar, dotando a economia local de dinamismo, novidade e futurismo, que é cada vez mais procurado pelos jovens.

A nível externo, o elo de ligação entre três continentes, Europa, América e África, permitiria competir com o Médio Oriente como país de atração de investimento, adicionando o facto de fazermos parte de um espaço económico caracterizado por forte reputação de segurança para negócios. Assim, é essencial criar estabilidade política para os próximos anos, evitando eleições anuais para não prejudicar a imagem e credibilidade de Portugal.

Num ambiente de taxas de juro mais baixas, cenário de incerteza internacional, económico e político, Portugal surge como um oásis para qualquer investidor. Apenas há que planear, capacitar as estruturas do Estado e dar vazão ao investimento que está à espera para entrar em Portugal. Não é por falta de investimento que não progredimos, é mesmo por falta de jeito!