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Portugal vai aumentar em 10% a produção de vinho em 2019

“O acréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado pela maioria das regiões vitivinícolas, à exceção das regiões do Tejo e de Lisboa. É nas regiões das Terras do Dão, Terras da Beira e Douro e Porto onde se antecipam os maiores crescimentos de produção (igual ou superior a 30%), face à campanha anterior”
29 Novembro 2019, 10h15

Portugal deverá encerrar o ano de 2019 com um crescimento da produção de vinho na casa dos 10% em comparação com a colheita precedente de 2018, de acordo com as estimativas mais recentes do IVV – Instituto da Vinha e do Vinho e da OIV – Organização Internacional da Vinha e do Vinho Segundo a mais recente nota informativa do IVV, “estima-se que a produção de vinho na campanha 2019/2020 atinja um volume de 6,7 milhões de hectolitros, o que se traduz num aumento de 10% relativamente à campanha 2018/2019”.

“O acréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado pela maioria das regiões vitivinícolas, à exceção das regiões do Tejo e de Lisboa. É nas regiões das Terras do Dão, Terras da Beira e Douro e Porto onde se antecipam os maiores crescimentos de produção (igual ou superior a 30%), face à campanha anterior”, adianta a referida nota do IVV.

De acordo com a instituição presidida por Bernardo Gouvêa, “no geral, as uvas apresentam-se num bom estado fitossanitário sem registo de doenças ou pragas que causassem prejuízos significativos, consequência das condições climatéricas favoráveis verificadas até esta data”.

As estimativas da OIV, apresentada pelo diretor-geral da instituição, Pau Roca, em conferência de imprensa internacional no passado dia 31 de outubro, na sede da organização, em Paris, vão no mesmo sentido, apontando para um crescimento de produção de vinho também de 10% face ao ano passado. “Portugal, com 6,7 milhões de hectolitros em 2019, é o único país da União Europeia com uma produção maior que a do ano precedente (+10%/2018) e acima da sua média dos últimos cinco anos (+4%)”, destaca a OIV.

No top 20 dos países maiores produtores mundiais de vinho elaborado pela OIV, Portugal, que está colocado na 11.ª posição em volume de produção, é o país que mais cresce, quer em termos percentuais, (10%), quer em termos absolutos (600 mil hectolitros). Também em destaque, mas já fora do espaço comunitário, estão a Rússia, com uma subida de 8% face à campanha de 2018, equivalente a um acréscimo de produção de cerca de 500 mil hectolitros, a África do Sul (mais 3%, num aumento em 200 mil hectolitros) e a Geórgia (subida de 1%, mas valor residual em termos absolutos).

O ranking da OIV não tem dados disponíveis sobre a China, mas estes quatro países são as exceções à regra na produção mundial de vinho na campanha de 2019. A Itália e a França, maiores produtores mundiais de vinho, vão registar, cada um, quebras de 15% na produção: menos 8,2 milhões de hectolitros no caso italiano, mais do que toda a produção prevista para Portugal, menos 7,2 milhões de hectolitros no caso francês. Aqui ao lado, em Espanha, a quebra relativa de produção ainda deverá ser maior, na casa dos 24% em comparação com os vinhos produzidos na anterior campanha, com uma quebra de 10,6 milhões de hectolitros.

Este é o caso mais negativo na onda geral de quebras de produção de vinho previstas para 2019, com uma quebra global que a OIV estima em menos 10%, uma redução de produção de 30,6 milhões de hectolitros.
A Alemanha deverá cair 12%, a Grécia deverá perder 8%, a Áustria deverá descer 4%, tal como a Roménia, e na Suíça prevê-se um recuo de 6%, assim como a Hungria.

No hemisfério sul, além da referida exceção da África do Sul, o panorama deverá ser o mesmo, com quebras previstas de 10% para a Argentina, de 3% para a Austrália, de 1% para a Nova Zelândia, e de 5% para o Brasil.

O crescimento de 10% na produção de vinho em Portugal deverá fazer-se sentir mais nas regiões do Dão e Beira Interior, com crescimentos previstos na ordem dos 25%; no Douro, com um aumento esperado de 30%; em Távora-Barosa, com uma evolução expetável de 25%; e em Trás-os-Montes, com um acréscimo esperado de 20%. Mas as regiões do Alentejo (mais 10%), Península de Setúbal (mais 10%), Madeira (mais 10%), Açores (mais 11%) e Minho (mais 10%) também entram neste campeonato de aumento de produções de vinho para 2019. As exceções são as regiões da Bairrada (- 18%), Lisboa (-10%) e Tejo (- 5%).

Em termos de qualidade, os responsáveis do IVV destacam o Douro, com ‘boa qualidade’; a Península de Setúbal, sendo “expetável uma colheita de excelente qualidade”; e os Açores, onde a expetativa “é de bom/excelente ano vitivinícola”.

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