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Portugal vai dedicar atenção à “declaração dos valores fundamentais que devem ser assegurados na sociedade digital”, diz Siza Vieira

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, na Web Summit durante o debate “Deeper and Wider” que colocou lado a lado Siza Vieira e Thierry Breton, responsável pelo mercado interno na Comissão Europeia, antecipou uma iniciativa da agenda da presidência portuguesa da UE.
  • António Cotrim/Lusa
2 Dezembro 2020, 17h29

Portugal vai “dedicar atenção na próxima Presidência do Conselho da União Europeia, que decorrerá no primeiro semestre de 2021, à declaração dos valores fundamentais que devem ser assegurados na sociedade digital”, anunciou esta quarta-feira o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, na Web Summit durante o debate “Deeper and Wider” que colocou lado a lado Siza Vieira e Thierry Breton, responsável pelo mercado interno na Comissão Europeia.

Siza Vieira referiu que “a tecnologia facilita a escala, que no mundo atual é essencial para desenvolver uma atividade económica com sucesso, e que, para utilizar adequadamente a tecnologia, é preciso informação, data, que deve ser convertida em conhecimento, com o qual se pode atuar melhor nos mercados”. Nesta questão é imprescindível “facilitar o acesso a dados, mas sempre salvaguardando os valores fundamentais das pessoas, no respeito dos direitos das pessoas”, adiantou o ministro, considerando que “a salvaguarda desses valores fundamentais deve ser devidamente garantida”, que será um trabalho a que a equipa ministerial portuguesa dedicará atenção na próxima presidência da UE.

Por seu turno, para Thierry Breton “as questões da concorrência são cada vez mais relevantes no mercado da União Europeia”. “Mesmo na conjuntura em que vivemos, em que a tecnologia digital permite que sejam mantidas muitas atividades económicas, é fundamental controlar a sã concorrência, garantindo que não há distorções de mercado por via de ajudas estatais que podem não ser totalmente percetíveis, defendeu.

Thierry Breton é um político que conhece os dois lados da atividade económica porque tem um vasto passado como empresário francês – foi vice-presidente e CEO do Groupe Bull, presidente e CEO da Thomson-RCA e presidente e CEO da France Télécom – mas também foi professor da Harvard Business School e, ainda, antigo ministro da Economia, Finanças e Indústria de França, no tempo da presidência de Jacques Chirac. Breton adiantou que a União Europeia “continuará a ser um mercado aberto”, onde “os investidores serão bem-vindos”, tendo a consciência que “a sã concorrência continuará a ser escrutinada” por parte das autoridades.

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