A morte do Papa vai levar a realização de uma eleição para o novo Papa. Assim, os 138 membros do Colégio Cardinalício vão realizar uma eleição no Conclave, palavra que deriva do latim ‘cum clavis’- fechado à chave’, para elegerem um sucessor.
O Conclave realiza-se em absoluto segredo, com todos os funcionários do Vaticano a serem obrigados a cumprirem com rígidas regras, como não falar com ninguém do exterior, ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão. Para a eleição de um novo Papa é necessário que o cardeal tenha uma maioria de dois terços.
No dia de início do Conclave é realizado uma missa de manhã para os cardeais, sendo que depois seguem em procissão para a igreja, onde juram sigilo e iniciam a votação.
Todas as votações terminam com os votos a serem queimados e com os conhecidos fumos a saírem da chaminé da igreja no Vaticano. O fumo preto significa que ainda não foi escolhido um novo Papa, e quando é branco é porque a eleição está concluída.
Em regra, o Conclave inicia-se 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do Sumo Pontífice, até a escolha de um novo Papa, o cardeal Camerlengo, função desempenhada por Kevin Joseph Farrell, assume a direção da igreja e organiza todo o processo de eleição.
Segundo a plataforma Cardinalii Collegii Recensio, há já uma lista de possíveis escolhas para sucessor, uma delas portuguesa.
O italiano Angelo Bagnasco, de 82 anos, é visto como um possível sucessor. É defensor do ensino ortodoxo, defende a Humanae Vitae (encíclica escrita por D. Paulo VI sobre a regulação da natalidade) e opõe-se à Sagrada Comunhão aos divorciados que voltaram a casar.
Angelo Bagnasco é ainda contra o fim do celibato e a ordenação de mulheres como diáconos. É apoiante da preservação da missa tradicional latina e apela ao fim dos encobrimentos dos abusos sexuais.
Matteo Zuppi, de Itália, é outro nome possível para novo Papa. O italiano foi nomeado arcebispo por Francisco, sendo uma pessoa que quer ver a visão deste Papa concretizada.
O italiano foca-se em rejeitar o ódio, defende o acolhimento dos homossexuais e do amor entre pessoas do mesmo sexo, realizou alianças com a política esquerda italiana e incorporou um padre comunista na Arquidiocese de Bolonha.
Robert Sarah, da Guiné, foi nomeado aos 34 anos como arcebispo de Conacri, sendo o bispo mais jovem do mundo. O guineense é contra ordenar mulheres diáconos, opõe-se á abolição do celibato sacerdotal e à bênção a casais do mesmo sexo.
Luis Antonio Tagle, das Filipinas, chegou a ser considerado em tempos como o preferido a suceder ao Papa. É defensor das causas populares, nomeadamente causas relacionadas com a ecologia.
Malcolm Ranjith, do Sri Lanka, partilha de algumas preocupações com Francisco, contudo distancia-se em alguns pontos. O possível sucessor acredita na pena de morte em alguns casos, rejeita o socialismo e favorece o capitalismo ético.
Pietro Parolin, italiano, é especialista em questões relativas ao Médio Oriente e a toda a situação geopolítica do continente asiático.
Pierbattista Pizzaballa, outro italiano, não tem posições muito conhecidas, contudo percebe-se que pretende respeitar as tradições e práticas da igreja ortodoxa e está aberto à modernidade.
Péter Erdő, húngaro, vê a Eucaristia e o sacerdócio como intimamente relacionados, e opõe-se ao celibato opcional para padres e dá ênfase à Nova Evangelização. O húngaro é contra a união homossexual.
Willem Eijk, da Holanda, é pró-vida e é solidamente ortodoxo. É contra o divórcio e contra as relações homossexuais.
Anders Arborelius, da Suíça, é um defensor dos ensinamentos da igreja sobre a vida e é contra a ordenação de mulheres.
Charles Bo, de Mianmar, tem focado o seu discurso na justiça e na paz, contudo não tem abordado questões polémicas da igreja.
Jean-Marc Aveline, de França, é conhecido por manter uma postura cautelosa nos assuntos controversos da igreja, não sendo conhecidas muitas das suas posições.
Tolentino de Mendonça, de Portugal, não consta nos 12 primeiros lugares, contudo está presente na lista de possíveis escolhas para suceder a Francisco. O cardeal português está ligado à ala progressista da igreja e criou uma grande afinidade com o Papa Francisco.
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