A Perceive3D (P3D) é uma empresa especializada no desenvolvimento de sistemas para cirurgia ortopédica assistida por computador, que foi criada e começou a operar no quadro do Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra, tornando-se, depois, independente. A empresa portuguesa conseguiu captar 1,3 milhões de euros de fundos da Fase 2 do SME Instrument (SMEi), sistema de incentivos para pequenas e médias empresas integrado no programa Horizonte 2020 da União Europeia, que tem por objetivo apoiar empresas europeias mais inovadoras e disruptivas.
A P3D foca-se, especialmente, na artroscopia, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, utilizado para intervenções em rótulas. Permite realizar tanto o diagnóstico e o tratamento de várias lesões, com menores custos. Tem como vantagens, relativamente às operações tradicionais, não obrigar ao corte extensivo de tecidos, uma menor utilização de anestéticos e um tempo de recuperação muito mais reduzido.
A P3D foi a única empresa portuguesa a obter financiamento no tópico de Information and Comunication Technology (ICT), estando, assim, entre as 10 selecionadas a nível europeu num total de 310 candidatas. É participada pela Portugal Ventures, sociedade de capital de risco que tem uma política de investimento focada em projetos inovadores de base científica e tecnológica e que tem como acionistas a AICEP e a generalidade dos bancos portugueses. Além disso, trabalha em estreita colaboração com o Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra.
Fundada por João Barreto e Rui Melo, a P3D conseguiu captar financiamento do programa comunitário SMEi para concretizar o Projeto in.nav, que consiste num software de navegação para cirurgia ortopédica guiada por vídeo (a artroscopia). O in.nav combina processamento inteligente de imagem com tecnologia de realidade aumentada para sobrepor no vídeo informação que ajuda o cirurgião a executar melhor o procedimento.
“Este incentivo vai servir para fazermos a validação clínica em experiências post mortem, o seja, em cadáveres, do nosso sistema de navegação para cirurgia artroscópica”, explica ao Jornal Económico João Barreto, presidente executivo da Perceive3D.
“O investimento inicial da Portugal Ventures, em 2013, permitiu desenvolver a tecnologia, agora, com o incentivo SME Instrument, podemos testá-la com vista à introdução final em mercado”, acrescenta.
Celso Guedes de Carvalho, presidente executivo da Portugal Ventures, aponta que este é “um dos instrumentos de financiamento mais competitivos a nível europeu”.
“Tão importante como o incentivo da comissão europeia, é a distinção da Perceived 3D como uma das empresas mais inovadoras da Europa, o que é particularmente relevante no mercado dos Estados Unidos, uma vez que confere uma importante credibilidade e validação externa”, comenta, acrescentando que, ao mesmo tempo, “é também o reconhecimento da qualidade da ciência produzida em Portugal, que está por detrás do investimento que a Portugal Ventures tem vindo a efetuar nesta área”.
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