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Portugueses apontam impacto do turismo ao aumento do preço das casas, indica estudo da FFMS

Barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos feito a cerca de mil portugueses revela que a maioria dos inquiridos prefere um crescimento mais controlado e sustentável do setor do turismo, com mais de 70% a defenderem que o Governo deve dar prioridade ao bem-estar dos residentes, mesmo que isso implique uma redução das receitas turísticas.
Casas
12 Novembro 2025, 20h01

Apesar de considerarem que o turismo tem sido benéfico para a economia nacional, os portugueses associam este setor a um aumento do preço das casas e à redução da oferta de habitação. Esta é uma das conclusões indicadas pelo mais recente Barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), divulgado esta quarta-feira.

Grande parte dos inquiridos defende a redução do alojamento local (AL), para dar resposta à crise na habitação, especialmente os que estão em situações de maior vulnerabilidade residencial (casa arrendada), considerando que o AL é responsável pela transferência de muitos edifícios de habitação para o arrendamento de curta duração, principalmente em municípios com grande concentração turística.

A maioria dos inquiridos prefere um crescimento mais controlado e sustentável do setor do turismo, com mais de 70% a defenderem que o Governo deve dar prioridade ao bem-estar dos residentes, mesmo que isso implique uma redução das receitas turísticas.

Tal cenário deve-se ao facto de existir entre os inquiridos, uma perceção generalizada de que o setor do turismo também é responsável pela subida generalizada do custo de vida, pela pressão sobre os serviços e pelo congestionamento urbano.

Isto porque para a maioria dos portugueses, os benefícios do turismo são reconhecidos, mas a sua distribuição é vista como assimétrica, favorecendo as grandes empresas e o Estado mais do que a população residente.

Sobre o impacto do crescimento do turismo, mais de dois terços dos inquiridos consideram que o setor é benéfico para a economia nacional e para a criação de novos mercados para os produtos nacionais.

Por outro lado, somente um terço sente que esses benefícios se traduzem em ganhos concretos nas suas vidas, nomeadamente na melhoria de rendimentos ou de qualidade de vida.

De resto, o estudo aponta para uma perceção negativa do turismo em relação à vida quotidiana dos portugueses, nomeadamente no aumento da falta de estacionamento, do lixo, das filas de espera em serviços como restaurantes, supermercados e hospitais e no congestionamento nos transportes e nas ruas.

Outro dos pontos analisados pelo estudo diz respeito às zonas do país com elevada exposição ao turismo e onde a maioria dos inquiridos pede que seja colocado um limite de visitantes nas áreas sobrelotadas, defendo a necessidade de diversificar a economia, de forma a reduzir a dependência do turismo.

Este estudo foi realizado entre abril e julho de 2025, com base em 1.072 entrevistas presenciais, telefónicas e online. Foi considerado um universo composto pelos residentes em Portugal Continental, com idade igual ou superior a 18 anos, falantes de língua portuguesa, com telefone da rede fixa e/ou acesso à internet.

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