Os portugueses estão mais felizes. Pelo menos, é essa a conclusão do mais recente “World Happiness Report” [Relatório Mundial da Felicidade], que coloca Portugal em 66º lugar num universo de 156 países, com 5.693 pontos. A sétima edição deste estudo mostra uma evolução no bem-estar da população nacional (de 0,129 pontos), medida através de critérios como o PIB per capita, medidas de apoio social, esperança média de vida saudável, liberdade para fazer escolhas ou perceção sobre a corrupção.
Na liderança da tabela estão (sem surpresas) os países nórdicos: Finlândia (7.769), Dinamarca (7.600), Noruega (7.554), Islândia (7.494), Holanda (7.488), Suíça (7.480) e Suécia (7.343). A Europa é ‘rainha e senhora’ no topo deste ranking, mas nas primeiras posições não faltam também nações da América e Oceânia que são afamadas pela qualidade de vida dos seus habitantes, entre os quais o Canadá, a Costa Rica e a Austrália. «Last… and also least» está a Tanzânia, o Afeganistão, a República Centro-Africana e o Sudão do Sul, que completa a base da tabela da felicidade mundial com 2.853 pontos.
O documento refere ainda que a disparidade nos níveis de felicidade aumentou entre 2006 e 2012 na Europa Ocidental e tem vido a diminuir constantemente desde então. Já a Europa Central e a Oriental têm-se mantido constantes, segundo a análise de John F. Helliwell (University of British Columbia), Richard Layard (London School of Economics and Political Science), Jeffrey D. Sachs (Columbia University), com o apoio de Jan-Emmanuel De Neve, Haifang Huang, Shun Wang e Lara B. Aknin.
Os investigadores consideram que é importante medir como é que a felicidade está distribuída, de forma a ser tida em conta no futuro e descobrimos que os efeitos da igualdade da felicidade são “frequentemente maiores e mais sistemáticos” que os da disparidades nos rendimentos. “Assim como o rendimento é um indicador muito limitado para a qualidade de vida em geral, a desigualdade de rendimentos é muito limitada para medir a desigualdade geral. Por exemplo, as desigualdades na distribuição da saúde têm mais efeitos sobre na satisfação com a vida do que daquelas que fluem através dos seus rendimentos. Descobrimos que os efeitos da igualdade da felicidade são frequentemente maiores e mais sistemáticos que os da desigualdade de rendimentos.
Relação entre os governos e a felicidade da população
O “World Happiness Report” não deixou de parte a política, uma vez que os governos mundiais são responsáveis por definir as estruturas institucionais e políticas nas quais pessoas e empresas operam. “Os governos impactam a felicidade e, por sua vez, a felicidade dos cidadãos na maioria dos países determina que tipo de governo eles apoiam”, defendem estes especialistas.
Apesar de admitirem que os efeitos das medidas governativas no bem-estar das populações são, de certa forma, difíceis de dissociar das “influências de outras coisas que estão a acontecer ao mesmo tempo”, os autores aperceberam-se de que há uma relação “positiva, clara e significativa” entre a satisfação com a vida durante o período de campanha eleitoral até às eleições e ao consequente resultado dos partidos. “Um aumento do desvio padrão na satisfação da vida nacional está associado a quase um aumento de 8 pontos percentuais na percentagem de votos do partido no governo”, apontam.
A felicidade pode também ter efeitos na ligação à comunidade e na caridade das pessoas, conforme assinala o estudo. Em Portugal, por exemplo, 14,2% da população inquirida disse ter feito voluntariado no último mês, enquanto 22,5% garantiu ter feito ofertas a uma associação de solidariedade.
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