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Portugueses estão mais felizes. País subiu no ranking mundial da felicidade

O último “World Happiness Report” aponta os portugueses como mais felizes do que entre 2005-2008, com uma variação positiva de 0,129 pontos. No ano passado, Portugal figurava na 77ª posição, subindo 10 posições este ano.
20 Março 2019, 10h40

Os portugueses estão mais felizes. Pelo menos, é essa a conclusão do mais recente “World Happiness Report” [Relatório Mundial da Felicidade], que coloca Portugal em 66º lugar num universo de 156 países, com 5.693 pontos. A sétima edição deste estudo mostra uma evolução no bem-estar da população nacional (de 0,129 pontos), medida através de critérios como o PIB per capita, medidas de apoio social, esperança média de vida saudável, liberdade para fazer escolhas ou perceção sobre a corrupção.

Na liderança da tabela estão (sem surpresas) os países nórdicos: Finlândia (7.769), Dinamarca (7.600), Noruega (7.554), Islândia (7.494), Holanda (7.488), Suíça (7.480) e Suécia (7.343). A Europa é ‘rainha e senhora’ no topo deste ranking, mas nas primeiras posições não faltam também nações da América e Oceânia que são afamadas pela qualidade de vida dos seus habitantes, entre os quais o Canadá, a Costa Rica e a Austrália. «Last… and also least» está a Tanzânia, o Afeganistão, a República Centro-Africana e o Sudão do Sul, que completa a base da tabela da felicidade mundial com 2.853 pontos.

O documento refere ainda que a disparidade nos níveis de felicidade aumentou entre 2006 e 2012 na Europa Ocidental e tem vido a diminuir constantemente desde então. Já a Europa Central e a Oriental têm-se mantido constantes, segundo a análise de John F. Helliwell (University of British Columbia), Richard Layard (London School of Economics and Political Science), Jeffrey D. Sachs (Columbia University), com o apoio de Jan-Emmanuel De Neve, Haifang Huang, Shun Wang e Lara B. Aknin.

Os investigadores consideram que é importante medir como é que a felicidade está distribuída, de forma a ser tida em conta no futuro e descobrimos que os efeitos da igualdade da felicidade são “frequentemente maiores e mais sistemáticos” que os da disparidades nos rendimentos. “Assim como o rendimento é um indicador muito limitado para a qualidade de vida em geral, a desigualdade de rendimentos é muito limitada para medir a desigualdade geral. Por exemplo, as desigualdades na distribuição da saúde têm mais efeitos sobre na satisfação com a vida do que daquelas que fluem através dos seus rendimentos. Descobrimos que os efeitos da igualdade da felicidade são frequentemente maiores e mais sistemáticos que os da desigualdade de rendimentos.

Relação entre os governos e a felicidade da população

O “World Happiness Report” não deixou de parte a política, uma vez que os governos mundiais são responsáveis por definir as estruturas institucionais e políticas nas quais pessoas e empresas operam. “Os governos impactam a felicidade e, por sua vez, a felicidade dos cidadãos na maioria dos países determina que tipo de governo eles apoiam”, defendem estes especialistas.

Apesar de admitirem que os efeitos das medidas governativas no bem-estar das populações são, de certa forma, difíceis de dissociar das “influências de outras coisas que estão a acontecer ao mesmo tempo”, os autores aperceberam-se de que há uma relação “positiva, clara e significativa” entre a satisfação com a vida durante o período de campanha eleitoral até às eleições e ao consequente resultado dos partidos. “Um aumento do desvio padrão na satisfação da vida nacional está associado a quase um aumento de 8 pontos percentuais na percentagem de votos do partido no governo”, apontam.

A felicidade pode também ter efeitos na ligação à comunidade e na caridade das pessoas, conforme assinala o estudo. Em Portugal, por exemplo, 14,2% da população inquirida disse ter feito voluntariado no último mês, enquanto 22,5% garantiu ter feito ofertas a uma associação de solidariedade.

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