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Mais de metade dos portugueses abdicaria de carro da empresa por mensalidade para TVDE

Estudo da Kantar, a pedido a Free Now, conclui que 52% dos trabalhadores até iria mais vezes ao escritório caso tivesse um ‘plafond’ mensal para viagens mais sustentáveis.
31 Maio 2022, 18h10

Os trabalhadores portugueses são dos maiores defensores de ter um carro da empresa para as deslocações profissionais, mas as opções mais ecológicas de mobilidade estão a ganhar peso. A consultora britânica Kantar elaborou um inquérito no qual concluiu que mais de metade (57%) dos portugueses abdicariam do seu automóvel da empresa caso a alternativa oferecida pelo patrão fosse um orçamento de mobilidade.

Ou seja, os profissionais encontram hoje mais vantagens neste esquema de benefícios extrassalariais que prevê um subsídio mensal para utilizarem as apps de transportes (TVDE, bicicletas, trotinetas…). É uma alternativa ao modelo tradicional de viagens de negócios que tem sido bastante implementada em empresas de diversos sectores.

Aliás, de acordo com o estudo encomendado pela Free Now, 73% dos participantes considerariam atrativo se o seu empregador financiasse o orçamento de mobilidade, colocando Portugal como o terceiro país da Europa com mais interesse em ter disponível esta opção, ficando apenas atrás da Itália e Roménia. Aliás, pouco mais de metade (52%) admite que iria mais vezes ao escritório caso tivesse este plafond mensal para viagens mais sustentáveis.

Ainda assim, os autores aperceberam-se de que os portugueses, em comparação com o resto do Velho Continente, são dos que mais apreciam ter um carro próprio facultado pela empresa, apesar de inconvenientes como o custo dos combustíveis (33%), o trânsito (29%), a poluição (22%) e da falta de estacionamento (20%).

No relatório – que envolveu 4.554 entrevistas na Alemanha, Áustria, Espanha, Itália, Irlanda, Polónia, Portugal, Roménia e França entre 19 abril e 11 maio – lê-se ainda que “78% dos colaboradores exigem que as suas empresas reduzam ativamente as emissões e promovam alternativas de mobilidade mais ecológicas”. “Ao mesmo tempo, apenas um em cada quatro inquiridos diz que o seu empregador está atualmente interessado nas emissões causadas pela mobilidade dos seus colaboradores que se deslocam para o trabalho ou em viagens de negócios”, aponta o documento.

“As empresas terão de modernizar os seus esquemas de benefícios empresariais nos próximos anos e integrar alternativas de mobilidade mais ecológicas, tais como o orçamento de mobilidade para os colaboradores. Esta transição acarreta muitos desafios e será uma alternativa mais flexível para as viagens pendulares”, defende Bruno Borges, diretor da Free Now em Portugal.

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