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Portugueses “poupam mal” porque têm “aversão à perda”

O novo supervisor dos seguros, Gabriel Bernardino, sublinhou na audição na COFAP, a importância da poupança, contudo referiu que os portugueses não poupam a longo prazo, e tendem a “poupar mal”.
O presidente do Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriel Rodrigo Ribeiro Tavares Bernardino, ouvido na comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, em Lisboa, 19 de outubro de 2021. MIGUEL A. LOPES/LUSA
9 Setembro 2025, 17h23

O novo presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Gabriel Bernardino, defende a criação do fundo sísmico, a digitalização e inovação da autoridade e a fomentação da proteção e resiliência económica.

Durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), Gabriel Bernardino sublinhou a importância da poupança, contudo considera que os portugueses “poupam mal” e que a culpa para isto é “de todos, até do próprio mercado”. “O cidadão tem uma aversão à perda”, referiu, salientando a necessidade da criação de medidas políticas de investimento adequadas ao investimento a longo prazo.

“Temos de mudar para qualquer coisa que seja bem mais moderna”, declarou.

Questionado sobre a falta de literacia financeira existente em Portugal, o novo supervisor dos seguros refere que esta é “fundamental”, contudo “não resolve tudo”. “Devíamos ter nas escolas mais literacia financeira, mas o mercado e os operadores também têm alguma responsabilidade na forma como abordam as pessoas”.

O equilíbrio geracional é outro ponto que o novo presidente da ASF considera fundamental. “Os números dizem-nos que em meados da década de 2040 vamos ter quebras muito grande na taxa de substituição. Ao contrário do que foi feito noutros países, não foram feitos incentivos à poupança. Temos de mudar isso”.

Durante a audição Gabriel Bernardino abordou o tema das catástrofes, referindo que Portugal é um país, que devido à sua geografia, “está exposto a eventos extremos”. Por esta razão o novo supervisor dos seguros reflete que o “custo de prevenir é menor do que o de reparar” e garante que há condições para avançar com o fundo sísmico, algo que considera “muito importante”, contudo apesar de existirem discussões internacionais “Portugal tem de fazer a sua parte”.

Questionado sobre a possibilidade da criação de outros fundos para eventos catastróficos, Gabriel Bernardino mostrou-se aberto há realização de estudos nas outras áreas, considerando que “há muita coisa que tem de ser feita”.

Gabriel Bernardino aproveitou a oportunidade para afirmar que o setor dos seguros vai enfrentar vários desafios complexos, contudo “estes desafios devem ser transformados em oportunidades”, referiu.

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