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Portugueses preferem usar dinheiro, mas optam por cartão em montantes mais elevados

Os consumidores portugueses optaram pela utilização de dinheiro em 64% dos pagamentos este ano, face a 31% das transações com cartões, conclui o BCE num estudo. Já quando os montantes são mais elevados, preferem usar o cartão.
20 Dezembro 2022, 17h27

Apesar de os consumidores estarem pouco a pouco a mudar os seus hábitos de pagamento, as moedas e as notas continuam a ser o meio preferido dos portugueses. Já quando é preciso pagar montantes mais elevados, os cartões são a principal escolha. As conclusões constam de um estudo divulgado esta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).

“A digitalização da economia afeta quase todos os aspetos do nosso dia a dia, incluindo a forma como fazemos os pagamentos”, começa por referir o banco central no estudo sobre os hábitos de pagamento dos consumidores da zona euro, que resulta de um inquérito lançado em 2019.

A utilização do dinheiro tem perdido força ao longo dos anos. Analisando o conjunto dos países, foi usado em 59% das transações este ano, abaixo de 79% em 2016 e de 72% em 2019. Isto enquanto os cartões foram usados em 34% das transações, acima de 19% em 2016 e 25% em 2019. “A utilização de dinheiro recuou sobretudo nos países do sul da Europa: Grécia, Espanha, Grécia e Portugal”, indica o BCE.

Apesar disso, continua a ser o meio de pagamento mais utilizado, nomeadamente em Portugal. De acordo com as conclusões desta análise, os consumidores portugueses optam pela utilização de dinheiro em 64% dos pagamentos, face a 31% das transações com cartões.

O peso das notas e moedas nas transações é ainda mais elevado em países como Malta (73%), Eslovénia (73%), Áustria (70%) e Itália (69%). Já no caso dos cartões, estes são mais utilizados na Finlândia (70%), Países Baixos (67%), Luxemburgo (52%) e Bélgica (48%).

Mas o dinheiro é um meio usado sobretudo para montantes mais pequenos. Para pagamentos acima de 50 euros, os cartões são a primeira opção. “Em termos de valor dos pagamentos, os cartões (46%) representam uma parcela mais elevada das transações do que os pagamentos em dinheiro (42%)”, refere o estudo. Em Portugal, estas percentagens são de 48% e 44%, respetivamente.

Os pagamentos através de aplicações móveis também têm aumentado nos últimos anos. Ainda assim, a percentagem mantém-se “relativamente baixa”, refere o BCE, detalhando que os pagamentos móveis, por número de transações, foram mais elevados nos Países Baixos (10%) e excedeu os 5% na Finlândia, Irlanda, Letónia e Luxemburgo. Mas, no conjunto dos países, a percentagem passou de menos de 1% em 2019 para 3% in 2022.

Por outro lado, o pagamento com cartões contactless aumentou em três anos, passando de 41% em 2019 para 62% em 2022. Um meio que acabou por ganhar força durante a pandemia de Covid-19, com o montante máximo autorizado a subir para 50 euros nesse período.

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