A fatura da luz vai sofrer aumentos entre um euro e quase três euros para as famílias que se encontram no mercado regulado a partir de dia 1 de outubro. Esta subida vai abranger os mais de 930 mil consumidores no mercado regulado.
A subida foi anunciada pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos a 15 de setembro justificando a subida com o “aumento de preços de energia no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL)”, com uma subida de cinco euros por megawatt hora (MWh).
“A tarifa de energia reflete o custo de aquisição de energia do Comercializador de Último Recurso (CUR) nos mercados grossistas, sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado”, pode-se ler no comunicado.
Desta forma, um casal (potência de 3,45 kVa e um consumo de 1.900 kWh/ano) vai sofrer um aumento de 1,05 euros para 38,17 euros.
No caso de um casal com dois filhos (potência de 6,9 kVa, um consumo de 5.000 kWh/ano) a subida atinge os 2,86 euros para uma fatura média mensal de 95,47 euros.
Esta é a segunda subida nos preços da eletricidade regulada este ano (após a tarifa inicial no início do ano), depois do aumento registado em julho, com a subida total este ano a ser de 1,6%.
Recorde-se que os preços da eletricidade no mercado grossista ibérico da eletricidade (Mibel) têm vindo a bater recordes sucessivos, devido à subida dos preços do gás natural e das licenças de CO2. A produção contratada para Portugal e Espanha para esta quarta-feira atingiu um novo máximo histórico de 172 euros por megawatt hora. Foi o quarto recorde em quatro dias.
A ERSE avisa que esta alteração “não condiciona o mercado livre a repercutir a mesma atualização de preços, já que cada comercializador segue a sua própria estratégia de aprovisionamento de eletricidade e procura oferecer as melhores condições comerciais em ambiente concorrencial. Mesmo após a revisão em alta das condições de preço para novos contratos de fornecimento de eletricidade, já ocorridas em muitos comercializadores desde o início do ano devido à subida dos preços no MIBEL, subsistem várias ofertas melhor posicionadas que o mercado regulado”.
Neste cenário, a ERSE aconselha os consumidores a consultarem o seu simulador de preços para procurarem as melhores ofertas.
O Governo anunciou a 21 de setembro uma almofada financeira 680 milhões de euros para impedir a subida da eletricidade regulada em 2022, que abrange mais de 900 mil famílias.
“Não haverá aumento do preço da eletricidade para consumidores domésticos em 2022 no mercado regulado, que representa 20% dos consumidores”, disse o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, na altura.
O Governo anunciou que esta subida da eletricidade pode ser travada através de várias, algumas das quais já estavam previstas ou aprovadas: a eliminação do sobrecusto com a central a carvão do Pego vai gerar uma poupança de 100 milhões face a este ano; a revogação do mecanismo de interruptibilidade, um subsídio pago à indústria nacional que vai deixar de existir; as receitas extra que o Fundo Ambiental está a gerar este ano com o aumento das preços das licenças de CO2 no valor total de 270 milhões de euros; mais 110 milhões da receita da taxa CESE; mais 250 milhões com origem em sobreganhos gerados pela eletricidade renovável. Tudo junto, isto vai permitir uma redução de 13% na tarifa de acesso às redes, uma das componentes da fatura mensal da eletricidade.
João Pedro Matos Fernandes também anunciou que o Governo vai aprovar medidas destinadas para reduzir os preços para os clientes industriais (muito alta tensão, alta tensão, média tensão) e num total de 135 milhões de euros destinados a alcançar uma descida adicional de 21% nas tarifas de acesso às redes a que se junta a descida de 13% derivada dos 680 milhões de euros.
Este anúncio acontece depois de os preços da eletricidade no mercado regulado terem vindo a bater sucessivos recordes nos últimos meses. Para esta quarta-feira, está previsto que o preço grossista da eletricidade no mercado ibérico volte a subir para 175,87 euros por megawatt hora.
A ERSE apresenta no próximo 15 de outubro a sua proposta tarifária para 2022, com a decisão final a ser anunciada a 15 de dezembro.
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