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Preço das habitações já recuperaram impacto de 10 anos de inflação

O preço de venda das casas em Portugal aumentou 15,4% em dezembro de 2018, face a igual mês do ano anterior. No ano passado a subida dos preços das casas acabou por recuperar o efeito da inflação sentida desde 2008.
  • Cristina Bernardo
22 Abril 2019, 14h35

Os preços das casas em Portugal terminaram o ano de 2018 no mesmo nível de 2007, caso tivessem evoluído ao ritmo da inflação, em vez de terem descido em resultado da crise das dívidas soberanas. A conclusão é divulgada esta segunda-feira pela Confidencial Imobiliário (CI) através do Índice de Preços do Consumidor (IPC), apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em comunicado.

Estes dados mostram que no ano passado a subida dos preços das habitações acabou por recuperar o efeito da inflação que era sentida desde 2008. Ou seja, ao invés de terem caído, no final de 2007, se os preços residenciais tivessem acompanhado a taxa de inflação, estariam no final de 2018 cerca de 12% acima daquele ano pré-crise, igualando a variação acumulada do (IPC).

No entanto, os preços das casas caíram de forma acentuada (cerca de 21% entre 2007 e meados de 2013), mas a recuperação entretanto registada já compensou essa perda, fazendo com que (a nível nacional) estejam no final de 2018 no mesmo patamar que resultaria da sua projeção de 2008 até 2018 à taxa de inflação.

De relembrar que o preço de venda da habitação em Portugal (Continental) aumentou 15,4% em dezembro de 2018 face a igual mês do ano anterior. No geral, o ano de 2018 deu continuidade ao ciclo ininterrupto de cinco anos de valorizações homólogas (desde finais de 2013), o qual se intensificou fortemente desde meados de 2017, período a partir do qual os preços residenciais observam subidas homólogas superiores a 10%.

Como sequência deste percurso de recuperação, os preços da habitação registaram um ganho de 46% face a meados de 2013, quando atingiram o seu ponto mais baixo, após seis anos de quedas sucessivas, iniciadas em finais de 2007.

“O mesmo é dizer que o mercado, mais do que proceder à subida nominal dos preços, já recuperou da perda que teve em termos reais. Nessa medida, pode dizer-se que está totalmente recuperada a perda que a crise implicou em termos reais, dando espaço a uma perspetiva de maturidade do processo de recuperação”, afirma Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.

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