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Preços das casas em Portugal subiram 14% em novembro

Desde março de 2018 que as variações homólogas dos preços das casas em Portugal registam valores mensais superiores a 14%, excepto por um mês.
20 Janeiro 2020, 10h22

Os preços de venda das casas em Portugal Continental registaram um aumento homólogo de 14,1% em novembro, de acordo com os dados apurados pela Confidencial Imobiliário no âmbito do Índice de Preços Residenciais (IPR), publicados esta segunda-feira, 20 de janeiro.

Esta variação representa uma recuperação de 0,9 pontos percentuais face aos 13,2% de variação homóloga que o IPR apresentou em outubro. O mês de novembro voltou desta forma a colocar a valorização homóloga da habitação em níveis superiores a 14,0% que apresenta desde março de 2018, um patamar apenas interrompido neste último mês de outubro.

Depois de iniciar o ano 2019 em aceleração, desde abril que a variação em cadeia dos preços das casas em Portugal verificou uma tendência predominante de abrandamento, com taxas a oscilar entre os 0,6% e os 1,5%, verificando-se uma subida mensal média de 1,2% ao longo deste período. Em novembro, foi registado um aumento de 1,7% em cadeia,  ultrapassando as subidas mais expressivas de 2019, em janeiro e fevereiro quando ultrapassaram os 1,6%.

Segundo o IPR, os preços da habitação em Portugal estão em recuperação desde meados de 2013, quando atingiram o seu ponto mais baixo desde 2007 (ano de início da atual série do IPR), mas só cerca de três anos mais tarde a subida começou a ganhar ritmo em termos homólogos, com taxas acima dos 5,0%. Contudo, entre 2007 e 2013 os preços das casas acumularam uma descida de 21% e só voltaram a equiparar-se aos níveis de pré-crise no final de 2017.

Desde então registaram-se subidas homólogas superiores a 11%, atingindo um pico de mais de 17% em outubro e novembro de 2018.  Este ritmo de subidas permitiu chegar a novembro de 2019 com preços 34% acima dos valores praticados em 2007.

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, refere em comunicado que “estes dados mostram que as expetativas de abrandamento da subida dos preços em Portugal traçadas para 2019 acabaram por não se cumprir, apesar da valorização dos mercados âncora de Lisboa e Porto estar claramente a perder ritmo.

O responsável sublinha que “os preços a nível nacional mantêm um ritmo forte e constante de subida, apesar de já superarem em 34% os níveis de 2007, sendo agora impulsionados pelos mercados da periferia destas cidades, onde, de forma geral, os preços só descolaram em 2019”.

A questão agora, para Ricardo Guimarães prende-se com o facto de perceber “como o mercado se comporta ao longo de 2020, até porque estas cidades secundárias, em princípio, deverão exibir ciclos de valorização não tão longos como aconteceu em Lisboa e Porto. Os próprios operadores de mercado dão já conta de que os compradores estão mais cautelosos e sensíveis aos preços, apesar das limitações na oferta”.

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