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Predibisa prevê atingir barreira dos 200 milhões no final de 2019

Consultora imobiliária realizou negócios de 180 milhões de euros em 2018. No ano em que cumpre 30 anos, João Nuno Magalhães, diretor-geral, não vislumbra no horizonte qualquer ‘bolha’ prestes a rebentar.
28 Abril 2019, 20h00

A Predibisa, uma das maiores operadoras imobiliárias do Porto, prevê atingir no final do exercício de 2019 uma concretização de negócios de 200 milhões de euros, o que representará um crescimento de mais de 10% em relação aos 180 milhões obtidos no final de 2018. João Nuno Magalhães, diretor-geral da Predibisa, disse, em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, que, desta forma, 2019 poderá ser mais um ano a acrescentar “ao acumulado de ganhos sucessivos nos últimos anos”.

O crescimento da empresa – que está a comemorar o seu trigésimo aniversário – deve-se em larga medida à evolução muito positiva do mercado imobiliário do Porto e do norte em geral, “alavancado pelo turismo e pela perceção de que a região é ideal para a deslocalização de empresas”. Para o diretor-geral da empresa, “não estamos a passar por nenhuma crise imobiliária, não há em vista qualquer ‘bolha’ que esteja prestes a rebentar” e, nesse quadro, o crescimento previsional da Predibisa resulta da evolução expectável do mercado e dos sinais que ficam dos anos mais próximos.

Para João Nuno Magalhães, “o que se passa neste momento no mercado imobiliário do Porto é que os crescimentos estão a suavizar”, ou seja, a capacidade de aumento do valor dos ativos imobiliários está a desacelerar – como aliás era previsível, face ao aumento exponencial registado pelo menos nos últimos três anos.

Nos últimos anos, os movimentos de negócios da Predibisa cresceram expressivamente, atingindo em 2018 o valor mais alto de sempre. “O nosso crescimento tem uma relação direta com o crescimento e a modernização do Grande Porto. O facto de todos os segmentos de negócio terem crescido é um indicador da vitalidade da região”, afirma o diretor-geral da Predibisa. “Os investidores, sejam particulares para o segmento residencial ou multinacionais interessadas em instalarem-se no Porto, têm valorizado o facto de a Predibisa ser uma empresa portuguesa, nascida no Porto, que atua com os mesmos padrões de negócio internacionais”.

É neste quadro que a Predibisa foi responsável pela colocação de uma área total de 42.605 m2 no Grande Porto, em 2018. João Nuno Magalhães destaca alguns dos negócios realizados, nomeadamente transações como o Urbo Business Center, com a instalação do BNP Paribas; o  novo centro tecnológico de I&D da Prozis; um espaço comercial no edifício da Milestone que alojará a futura residência universitária na Asprela; e ainda a colocação da Starbucks.

O outro lado do negócio – o da reabilitação urbana e residência – também atingiu em 2018 um crescimento sustentado de relevo. Neste particular, a Predibisa colocou a 100% os apartamentos do Aliados 107; o Flores Plaza e Flores 77; e, na área residencial, os projetos Sousa Rosa 33; Sobreiras 470; Jazz Residence; Boavista Prime e Ouro Residence.

Nova expansão

Com as zonas da Baixa do Porto e as suas envolventes a chegarem a uma situação de pleno uso imobiliário, a próxima aposta, segundo vaticina João Nuno Magalhães, será nas zonas da cidade onde o ímpeto da reabilitação ainda não chegou e as novas construções – que paulatinamente se vão aproximando do subúrbio. No primeiro caso, o diretor-geral da Predibisa aposta na zona oriental da cidade: “Campanhã, a zona do Estádio do Dragão, serão de eleição” logo a seguir ao ‘boom’ da Baixa.

Esta análise vai de encontro a uma das opções estratégicas da autarquia do Porto: na altura da sua recandidatura à presidência da Câmara, Rui Moreira – em entrevista ao Jornal Económico – adiantava que seria precisamente para a zona oriental da cidade que iria desviar o foco do interesse imobiliário, numa altura em que a Baixa está a pontos de atingir a saturação.

A aposta nesta zona da cidade irá também por certo induzir algum arrefecimento nos preços praticados: o impacto daquele lado da cidade é mais ténue que o que acontece com a zona ocidental e, por outro lado, as taxas de ocupação das habitações com fins turísticos estão a descer ou, quando muito, a estagnar. “É a resposta da hotelaria, que está farta de ver o alojamento local cheio”, refere João Nuno Magalhães. A retoma na construção parece ser, assim, um fator a considerar. Mas não apenas do ‘outro lado’ da cidade: zonas como a Foz têm previstos novos projetos habitacionais

No que diz respeito ao retalho, “ao longo do ano de 2018 verificou-se um crescimento significativo, com mais incidência no comércio de rua, que se mantém muito ativo, devendo-se, em larga medida, ao incremento do turismo, sendo a Baixa do Porto a zona com maior incidência de procura de espaços comercias”.

O crescente aumento de turistas que visita a cidade é também fator impulsionador de novos projetos que se encontram em desenvolvimento, “como é exemplo na Avenida dos Aliados, destino preferencial de lojas de marcas de luxo”.

Na vertente de indústria e logística, “o ano revelou bons níveis de performance, comprovando a consolidação do mercado imobiliário a norte. Um dos negócios a destacar nesta área refere-se à colocação da Garland, em Aveiro. As boas perspetivas de conjuntura económica projetam uma evolução ainda mais positiva no decorrer dos próximos anos, quer ao nível da procura como do investimento neste segmento”.

Finalmente, o segmento de capital market, que nos últimos anos tem registado valores recorde “em função de muitas empresas estrangeiras apostarem na região em grandes ativos imobiliários numa base de rendimento garantido”, voltou a afirmar-se em 2018.

Artigo publicado na edição nº 1984, de 12 de abril, do Jornal Económico

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