A União Europeia prepara-se para proibir a venda de novos veículos com motores de combustão interna a partir de 2035, mas abrirá exceção para aqueles que utilizarem combustíveis sintéticos, nomeadamente a partir de hidrogénio verde e da captura ou reutilização de dióxido de carbono, por exemplo, em vez de combustíveis fósseis, como gasolina ou gasóleo.
A decisão foi tomada no fim de março pelos ministros dos transportes e energia da União Europeia, reunidos em Bruxelas, e corresponde a uma exceção no regulamento que constitui uma peça central do Pacto Ecológico Europeu.
A Europa quer atingir a neutralidade climática até 2050 e para isso prevê que se reduzam as emissões de gases com efeito de estuda na União Europeia em pelo menos 55% até 2030, em relação aos níveis registados em 1990, o que exigirá um grande esforço de mudança sobretudo no setor dos transportes, mas não só.
Caso o hidrogénio seja utilizado diretamente como combustível e seja queimado num motor de combustão interna, o produto da combustão estequiométrica será apenas vapor de água, o que o torna uma opção totalmente limpa face a outras alternativas. Mas é importante notar que a produção de hidrogénio verde tem obrigatoriamente de envolver, a montante, o uso de fontes de energia renovável, como energia eólica ou solar, na produção de eletricidade, para não implicar emissões indiretas.
A produção de combustíveis sintéticos com base em hidrogénio verde e dióxido de carbono, pode ser uma opção sustentável na medida em que captura CO2 da atmosfera e não gera novas emissões durante o processo de produção e utilização.
O hidrogénio verde e os combustíveis sintéticos de origem não biológica assumem-se, assim, cada vez mais, como alternativas, sobretudo em setores como o transporte marítimo e aéreo e a indústria, que não podem ser diretamente eletrificados. Existem alguns desafios económicos que em breve serão superados tornando esta tecnologia, num futuro breve, acessível em grande escala.