[weglot_switcher]

Prejuízo da Farfetch sobe para 110,1 milhões no quarto trimestre. Negócio não sofreu com o coronavírus

A empresa luso-britânica reportou receitas de mil milhões de dólares no acumulado do ano passado, o que representa um aumento de 69% em relação ao ano anterior. Só no quarto trimestre as vendas cresceram para 382 milhões de dólares. Para o primeiro trimestre de 2020, a tecnológica antecipa um acréscimo de 20% a 22% no volume total processado pela plataforma digital.
  • Cristina Bernardo
27 Fevereiro 2020, 22h09

A Farfetch anunciou esta quinta-feira que os seus prejuízos aumentaram para 110,1 milhões de dólares (cerca de 100 milhões de euros) no quarto trimestre de 2019, totalizando 373,688 milhões de dólares no acumulado do ano passado.

O ‘unicórnio’ fundado em 2007 por José Neves explicou que o agravamento das perdas se deveu a despesas de depreciação e amortização, bem como a um aumento na perda operacional de 24,6 milhões de dólares para 126,4 milhões de dólares. No entanto, o CEO garante que os sintomas do Covid-19 não atingiram a empresa luso-britânica ligada à moda de luxo.

“À luz da nova situação em evolução do coronavírus, que monitorizamos naturalmente para garantir a saúde e o bem-estar de todas as nossas equipas, fico satisfeito em ver que, do ponto de vista comercial, não houve um impacto material nos negócios”, assegurou José Neves, no comunicado publicado esta noite, após o fecho do mercado norte-americano.

A Farfetch reportou mais de mil milhões de dólares de receitas em 2019, o que representa um aumento de 69% em relação ao ano anterior, enquanto o valor bruto de mercadorias ultrapassou os dois mil milhões de dólares, mais 52% em termos homólogos. No trimestre em análise, as vendas cresceram dos anteriores 195 milhões de dólares para os atuais 382 milhões de dólares.

O volume total processado pela plataforma digital (Gross Merchandise Value – GMV) disparou 36% para um recorde de 629 milhões de dólares (573 milhões de euros) no quarto trimestre de 2019, superando a perspetiva traçada nos três meses anteriores. Para o primeiro trimestre de 2020, a empresa antecipa um acréscimo de 20% a 22%.

“Foi um ano marcante para a Farfetch, à medida que aumentámos a nossa plataforma digital quase duas vezes mais rápido do que a indústria do luxo online e que melhorámos significativamente as nossas margens de EBITDA ajustadas e avançamos em direção à rentabilidade”, referiu o CEO.

O EBITDA (resultado após juros, impostos, depreciação e amortização) da plataforma de e-commerce – ajustado – foi negativo em 121,376 milhões de dólares em 2019, sendo que, só no quarto trimestre, a perda aumentou 3,4 milhões (ou 23%) para 17,9 milhões de dólares. O lucro por ação nos últimos três meses do ano passado foi de 1,21 dólares.

No trimestre anterior, a Farfetch havia informado que tinha um outlook positivo para o quarto trimestre. A previsão em relação ao EBITDA ajustado era entre -21 milhões de dólares a -31 milhões de dólares, enquanto a taxa de crescimento homólogo do GMV da plataforma digital fixava-se entre 30% a 35%.

O marketplace da Farfetch liga clientes em mais de 190 países a produtos de cerca de 1.200 das marcas e lojas, mas a empresa conta com negócios adicionais que passam, por exemplo, pela venda de soluções tecnológicas para organizações, Realidade Aumentada para o setor do retalho, entre outros. É, portanto, natural que a despesa em tecnologia também tenha aumentado. Os custos com software, desenvolvimento de serviços na plataforma e contratação de engenheiros informáticos levaram estes gastos a subir mais de 24% (ou 4,5 milhões de dólares).

A Farfetch chegou à Bolsa de Nova Iorque a 21 de setembro de 2018 a um preço de 20 dólares por ação. Hoje, os títulos encerraram a sessão com uma queda de 3,30%, para 9,54 dólares.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.