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Preparar chefias para gestão remota é o principal desafio, dizem as empresas

Estudo da Aon, a que o JE teve acesso, revela também que depois da pandemia da Covid-19, a maior parte das inquiridas vai adotar o teletrabalho em todas as funções que o permitam.
20 Janeiro 2021, 07h40

A preparação das chefias para uma gestão remota é o principal desafio do ‘home office’ em Portugal, segundo 63,37% das inquiridas no âmbito do estudo Teletrabalho: Tendências e Políticas em 2021, cujas conclusões o Jornal Económico revela em primeira mão.

O estudo, realizado pela empresa de serviços profissionais nas áreas do risco, reforma e saúde, Aon, contou com a participação de 156 empresas. Os modelos de gestão de pessoas (54,46%) e o negócio/novos desafios com “novos” clientes (44,55%) são outros grandes desafios colocados pelo trabalho remoto às empresas no futuro depois da pandemia.

“As empresas que melhor se adaptarem, ou que melhor anteciparem essa mudança, terão, naturalmente, uma vantagem competitiva num mercado gerido cada vez mais pela volatilidade e pela incerteza”, afirma Joana Brito, HR Solutions Senior Associate da Aon em Portugal.

O estudo, que analisa as práticas e políticas que as empresas estão a definir ao nível do trabalho remoto, revela também que a maioria das inquiridas (67,61%) vai estender o teletrabalho a todos os colaboradores a quem as funções o permitam. Uma fatia de 17,61% disponibilizará este tipo de trabalho apenas a alguns departamentos específicos e uns residuais 1,41% apenas a colaboradores mais seniores. Os restantes 13,38% admitem aplicar outros critérios de elegibilidade.

Teletrabalho sim, mas durante quanto tempo?… A fatia mais expressiva das empresas (34%) aponta para três dias em regime de teletrabalho, 24% está na disposição de avançar para os cinco dias, 23% para dois, 13% um dia, e 6% quatro dias.

Outra possível alteração resultante das novas políticas de trabalho remoto analisadas pela Aon está relacionada com a revisão dos benefícios dados aos trabalhadores. Segundo 49,57% das participantes no estudo, os planos de benefícios flexíveis são os principais benefícios que poderão vir a ser ajustados ou adicionados. A instalação de internet móvel ou em casa dos colaboradores surge em segundo, com 38,46% das respostas, seguida da adoção de programas de apoio à saúde mental e da aquisição de mobiliário de escritório para cada trabalhador (ambas com 37,61%), sendo, a maioria destes (45,45%), atribuídos em espécie, ou seja, através de uma atribuição direta no salário de cada colaborador.

No que respeita ao impacto do teletrabalho noutras políticas das empresas, 50% das participantes no estudo da Aon acreditam que o pós-pandemia pode implicar uma revisão das políticas de higiene e segurança, enquanto que 47,17% referem as políticas de comunicação interna e 43,40% as políticas de cibersegurança.

Além da alteração das políticas de higiene e segurança, para os escritórios esperam-se também transformações no espaço, com 34,34% das empresas inquiridas a querer reduzir a área ocupada, 10,10% a reduzir os espaços em ‘open space’, e outros 10,10% a pretender criar mais espaços de socialização. Já 35,35% das empresas não preveem qualquer alteração à estrutura dos seus escritórios.

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