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Presidente da ANA não antevê novo aeroporto antes de 2035/2040

O presidente do Conselho de Administração da ANA -Aeroportos de Portugal disse, esta segunda-feira, que Portugal não deve ter uma nova infraestrutura aeroportuária antes de 2035/2040 e pediu uma solução política célere.
27 Setembro 2021, 19h59

Na conferência Dia Mundial do Turismo, organizada pela Confederação Portuguesa do Turismo, que decorreu esta tarde em Coimbra, José Luís Arnaut falou de uma situação “esquizofrénica”, em que existe um concessionário que quer investir e há “um conjunto de vicissitudes externas e de constrangimentos de contexto” que não permitem avançar.

“A única solução que tem declaração de impacte ambiental é o Montijo, que pode ser construída amanhã. De Alcochete não sabemos e a nova versão do Montijo também não. Portanto, é preciso que haja esse estudo, que o poder político e os partidos se entendam sobre a convergência e nos deem a possibilidade e nos deixem construir”, frisou.

O presidente da ANA salienta que se tivesse sido cumprido o acordo assinado com o Governo em 2016, que previa a construção do novo aeroporto no Montijo, em 2024 o país teria “uma nova infraestrutura aeroportuária”.

“A TAP e Portugal precisam de um novo aeroporto”, sustentou José Luís Arnaut, salientando que 95% dos turistas chegam a Portugal de avião e sem uma nova infraestrutura “o turismo não cresce”.

Com o novo aeroporto, acrescenta, Lisboa poderia receber anualmente mais 10 milhões de passageiros, “que se perdem, o que é um valor económico imensurável”.

Salientando que não há “soluções perfeitas”, o responsável máximo da ANA pede uma solução para um equipamento que “é necessário e torna-se urgente”.

Sobre o movimento atual de passageiros, o presidente da ANA adiantou que nos meses de julho e agosto os aeroportos portugueses estavam a 66% do tráfego registado em 2019.

A Madeira e Açores são casos de “recuperação fantásticos”, com 95% e 87%, respetivamente, “quase ao nível de 2019”, e o Porto já vai nos 65%.

“Lisboa está a recuperar bem, com 54%, e Faro, com a limitação dos ingleses, tem ainda alguma dificuldade, mas queremos crescer mais e há capacidade de crescer mais. Os turistas se não vierem para Lisboa vão para outro sítio”, defendeu José Luís Arnaut.

A Conferência Dia Mundial do Turismo decorreu na Antiga Igreja do Convento São Francisco, em Coimbra, com a presença do Presidente da República na sessão de encerramento.

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