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Presidente da APFIPP critica novo modelo de supervisão do sistema bancário

José Veiga Sarmento, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património, considerou, este domingo, que Portugal perdeu uma oportunidade para criar uma entidade única de supervisão.
  • Cristina Bernardo
31 Março 2019, 11h28

José Veiga Sarmento, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património  (APFIPP), é mais uma voz contra o novo modelo de supervisão do sistema bancário em curso. Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, este domingo, este responsável considerou que a proposta de supervisão apresentada pelo Governo de António Costa não resolve os problemas identificados no passado relacionados com as falhas da supervisão e que “destruíram” o sistema financeiro.

Portugal perde, assim, na perspetiva de Veiga Sarmento, uma oportunidade para criar uma entidade única de supervisão, na medida em que o que está previsto significa “construir sobre o velho e acrescentar estrutura e custos a uma estrutura que precisava de maior eficiência e mais poder de intervenção”.

Para o presidente da APFIPP a “ambição falhou” mas mais do que isso, as críticas feitas no passado às falhas da supervisão “responsáveis pela destruição do sistema financeiro continuam válidas”.

Nesta entrevista, o presidente da APFIPP acusa ainda o Governo de ter “medo” de um sistema misto de segurança social, de afastar os operadores privados e de estar a passar uma mensagem errada aos portugueses quando lhes diz: “O Estado toma conta de vocês e o Estado vai garantir-vos as reformas”. Isto porque “tem medo da palavra misto porque incorporou como conceito ideológico que os privados vão destruir a sustentabilidade da segurança social”.

Para o presidente da APFIPP, a prova disso está no facto de ter criado um produto publico, complementar à reforma, os certificados do tesouro, “tal é o medo de deixar os gestores privados entrar” no sistema.

José Veiga Sarmento revelou igualmente preocupação pelos “níveis tão baixos” da poupança que fazem com que seja “irrelevante”, sugerindo ao Governo que atue criando incentivos fiscais ou tornando a poupança para a reforma obrigatória, tendência que esta a ser seguida por muitos países europeus.

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