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Presidente da Euronext: SIGI não são um “instrumento especulativo” para o setor imobiliário

Isabel Ucha falou durante a conferência “REITs by Euronext and Linklaters”, realizada esta quarta-feira e assegurou que existem “cada vez mais investidores a olhar para este tipo de investimento”.
  • Cristina Bernardo
3 Abril 2019, 13h19

Isabel Ucha defende que as Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI) não são um “instrumento especulativo”, num recado às apreciações parlamentares feitas pelos partidos políticos. A presidente da Euronext falou sobre a chegada dos Real Estate Investment Trust (REITs) a Portugal, durante a conferência “REITs by Euronext and Linklaters”, realizada esta quarta-feira em Lisboa.

A responsável referiu que “este instrumento [SIGI] é muito simples do ponto de vista do que é que ele significa economicamente. São investimentos em imóveis que geram rendimento e que distribuem obrigatoriamente esse rendimento aos investidores e essa certeza jurídica é que aquilo que atribui um interesse que os investidores têm no geral”, sublinhando que “há de facto um número de investidores cada vez maior a olhar para este tipo de investimento”.

A líder da Euronext destacou também algumas razões pelas quais diz estar muito satisfeita pela aprovação deste regime. “Pode ser interessante para uma variedade significativa da área do setor. REITs para o setor do turismo, hospitais, espaço de retalho, comércio e outro tipo de serviços. Também a habitação embora não seja o principal alvo dos mercados. Trata-se de uma figura de investimento que pode servir a muitos tipos de atividade económica, permitindo financiar as empresas sem ter que abrir o capital de toda a empresa, mas abrindo só o capital daquele conjunto de ativos que se possa separar em particular para esse investimento”.

Isabel Ucha apontou depois baterias aos membros do Parlamento sobre as dúvidas que possam existir em relação às SIGI. “Ao contrário daquilo que tem sido veiculado por alguns partidos políticos, nomeadamente no âmbito das apreciações parlamentares, não se trata de instrumento especulativo porque mais não seja pela obrigatoriedade dos três anos de detenção destes ativos, trata-se de investidores de longo prazo que querem ter estes ativos nas suas carteiras para receber as respetivas, e não andar a comprar e vender todos os dias”.

A líder da Euronext salienta que este regime “promove a estabilidade do setor imobiliário e ao mesmo tempo também a renovação de muitos imóveis que precisam dessa intervenção”.

Isabel Ucha sublinhou ainda que este instrumento é “uma oportunidade de investimento para os investidores, não apenas institucionais, mas também para os investidores individuais” isto porque, se trata “de um investimento muito simples e bem procedido pela maior parte das pessoas e o investidor individual em geral tem alguma dificuldade em aceder ao investimento imobiliário”, explicando que “comprar uma casa envolve sempre um investimento significativo. Comprar uma ação de uma SIGI dá-nos um leque muito mais alargado de possibilidade de angariação de investidores, num tipo de investimento que eles percebem que tem um risco que é precedido e ajustado ao perfil desses mesmos investidores”.

A finalizar, realçou que do ponto de vista jurídico este é um regime simples: “São sociedades anónimas sujeitas às regras das sociedades cotadas, a que depois se aplicam algumas regras de simplificação dos processos de admissão e que não estão sujeitas ao regime das sociedades financeiras”.

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