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Presidente da Fed: “estamos a monitorizar o coronavírus com cuidado”

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana optou por não prestar muitos detalhes quando foi questionado sobre o vírus que teve origem em Wuhan, na China, uma vez que a situação “ainda está nos estágios iniciais”. Mas admitiu que “terá implicações pelo menos de curto-prazo na produção da China e, presumo que também para alguns dos seus vizinhos próximos”.
29 Janeiro 2020, 21h12

O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, disse esta quarta-feira que o banco central norte-americano está a “monitorizar o coronavírus com cuidado”, na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da manutenção da taxa de juro nos Estados Unidos.

“O enquadramento do nosso trabalho é [averiguar] as possíveis ramificações para a economia dos Estados Unidos e para o êxito do nosso mandato”, disse Jerome Powell, sobre o coronavírus.

O presidente da Fed optou por não prestar muitos detalhes quando foi questionado sobre o vírus que teve origem em Wuhan, na China, uma vez que a situação “ainda está nos estágios iniciais” e porque “ainda é incerto até onde se poderá propagar e quais serão os efeitos que terá na economia chinesa e nos seus parceiros comerciais e vizinhos mais imediatos”.

Ainda assim, Jerome Powell reconheceu que estamos perante uma “situação muito séria” e que já causou “sofrimento humano considerável”. Além disso, admitiu que “provavelmente causará disrupção na atividade económica da China e possivelmente a nível global com base na propagação do vírus até ao momento, devido às restrições nas viagens e encerramentos de estabelecimentos comerciais e empresariais que já foram impostos”.

“Claramente, terá implicações pelo menos de curto-prazo na produção da China e, presumo que também para alguns dos seus vizinhos próximos. Teremos de ver qual o efeito global” do coronavírus, disse o presidente da Fed.

Esta quarta-feira, na primeira reunião de 2020, a Fed  decidiu manter inalteradas as taxas de juro no intervalo entre 1,50% e 1,75%, numa decisão unânime dos membros do Federal Open Market Committee (FOMC), e em linha com os analistas.

Economia global em modo de “optimismo cauteloso”

Jerome Powell utilizou a expressão “optimismo cauteloso” para se referir ao outlook da economia global. “Muitos analistas estão a prever a retoma do aumento do crescimento este ano, embora ainda com taxas de crescimento relativamente modestas”, referiu o presidente da Fed.

Os analistas justificam-se com “melhores condições financeiras, o esfriar das tensões comerciais, menos hipóteses de um hard Brexit, e que a industria manufatureira de alta tecnologia está em retoma”, pelo menos na China”, explicou Jerome Powell.

No entanto, “eu considero que nada disto está assegurado”.  “Vimos que o último trimestre do ano passado foi fraco, mais fraco do que esperávamos, e não temos como segura a retoma da economia mundial, embora existam sinais e razões para esperá-la”, disse Jerome Powell.

Sobre a incerteza na economia global causada pelas tensões comerciais, Jerome Powell disse que, apesar de os Estados Unidos e a China terem assinado um acordo de primeira fase, “a incerteza permanece elevada”.

“As empresas devem continuar a idenficá-la como um risco continuado”, frisou o presidente da Fed.

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