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Presidente da Iniciativa Liberal diz que “poderes políticos puseram conscientemente em causa a vida das pessoas por motivos ideológicos”

João Cotrim Figueiredo disse que “não houve ninguém do PS para a esquerda que tivesse a hombridade” de reconhecer que a contratação de consultas de especialidade e de cirurgias aos hospitais privados era uma forma de evitar uma segunda crise de saúde pública “escondida por debaixo da Covid-19”.
  • Presidente do Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo
13 Julho 2020, 13h07

O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, acusou o Governo e a Assembleia da República de terem colocado vidas em risco por não recorrerem aos hospitais privados “com capacidade disponível” para reduzir as listas de espera para consultas de especialidade e cirurgias quando o Serviço Nacional de Saúde estava sobrecarregado com a resposta à Covid-19. “Os poderes políticos puseram em causa conscientemente a saúde e a vida das pessoas por motivos ideológicos”, disse o deputado, num debate via Zoom com o seu antecessor, Carlos Guimarães Pinto.

Referindo-se às mais de três milhões de consultas de especialidade e mais de 150 mil cirurgias em atraso, bem como 30 mil intervenções cirúrgicas ou terapêuticas por fazer em doentes oncológicos, João Cotrim Figueiredo disse que existe “uma segunda crise de saúde pública escondida por debaixo da crise de saúde pública da Covid-19”. E defendeu que daí resultará “quase de certeza um número de óbitos superior”, mas do qual não se fala.

Muito crítico daquilo que descreveu como sendo “pôr a ideologia à frente da saúde e da vida das pessoas”, o presidente da Iniciativa Liberal afirmou que “não houve ninguém do PS para a esquerda que tivesse a hombridade” de reconhecer que a contratação de serviços médicos aos privados, mesmo que temporariamente, “era uma boa ideia” que não poderiam apoiar por “um motivo qualquer”. “Recusaram-na liminarmente”, garantiu.

Por seu lado, Carlos Guimarães Pinto comparou esta situação com a intervenção do Estado para evitar a insolvência da TAP, com a injeção de dois ou três mil milhões de euros. “Com uma pequena parte deste valor poderia fazer-se com que as cirurgias que foram adiadas se fizessem, poderia acabar com as listas de espera em muitas consultas. A TAP pode ser extraordinariamente estratégica, mas não há nada mais estratégico do que a saúde das pessoas”, disse.

O ex-presidente da Iniciativa Liberal disse ainda que em vez de “desviar dinheiro dos contribuintes para a TAP”, devolvia dinheiro aos contribuintes, “que bem precisam nesta altura”, e destinava a “tapar os buracos que foram criados nos últimos meses tanto na saúde como na educação”.

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