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Presidente do SL Benfica é suspeito de ter beneficiado de fraude no caso BES

Ministério Público revela que o banco ajudou a empresa de Luís Filipe Vieira, Inland através da Eurofin, uma entidade sediada na Suíça que, durante anos, serviu para mascarar as contas do banco.
7 Novembro 2019, 09h26

Luís Filipe Vieira terá beneficiado de fraude no caso BES. Além de operações financeiras, que terão permitido à administração de Ricardo Salgado mascarar as contas do BES, a Eurofin, uma sociedade suíça, também serviu, de acordo com o Ministério Público, para retirar “ativos stressados” do balanço do banco, assim como funcionou como veículo de investimento para reestruturações de dívida de “clientes privilegiados” da administração do antigo “dono disto tudo”, como a Inland, empresa do setor imobiliário que pertence ao presidente do SL Benfica, conta a revista “Sábado“, esta quinta-feira, 7 de novembro.

O presidente do Benfica garante contudo, à “Sábado” nunca ter sido ouvido como testemunha ou arguido no processo do Banco Espírito Santo, no entanto em finais de 2017, Luís Filipe Vieira e o Novo Banco fecharam um acordo para a reestruturação de parte da dívida do universo das suas empresas, que rondaria os 400 milhões de euros.

Segundo várias notícias publicadas nessa altura, uma parte dessa dívida foi incluída num fundo de reestruturação, gerido pela Capital Criativo, a empresa de Nuno Gaioso Ribeiro, vice-presidente do Benfica, e da qual Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, também é acionista. O Novo Banco, o maior acionista do fundo, em contrapartida terá recebido garantias adicionais.

Apesar de formalmente não pertencer à estrutura societária da Capital Criativo, nem aos respetivos corpos gerentes, o enorme acervo de emails apreendidos pelo Ministério Público nas instalações do BES revela que Vieira até teria um papel ativo nos negócios da Capital Criativo, como revelam os emails enviados a 11 de outubro de 2013 por Nuno Gaioso Ribeiro a Luís Filipe Vieira, onde dava conta de um interesse da empresa em entrar no processo de reestruturação da Controlinvest, grupo que detinha os jornais “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias”, “O Jogo” e a rádio “TSF”.

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