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Presidente iraniano acusa EUA por “todos os crimes e pressões” contra o Irão

Os problemas económicos da república islâmica agravaram-se a partir de 2018, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter unilateralmente denunciado o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em Viena.
26 Setembro 2020, 16h23

O Presidente iraniano acusou hoje os Estados Unidos de serem responsáveis por “todos os crimes e pressões” contra o Irão, após Washington ter pedido esta semana na ONU a reposição do comité de sanções.

“O endereço de [os autores de] todos os crimes e pressões contra o povo iraniano é Washington DC, a Casa Branca”, afirmou Hassan Rohani num discurso transmitido pela televisão estatal local.

Os problemas económicos da república islâmica agravaram-se a partir de 2018, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter unilateralmente denunciado o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em Viena.

O acordo permite ao governo de Teerão aligeirar as sanções internacionais de que é alvo em troca de garantias das autoridades iranianas – confirmadas pelas Nações Unidas – destinadas a comprovar que o Irão não está a a dotar-se de armas atómicas.

Ao sair unilateralmente do acordo, os Estados Unidos reimpuseram as sanções económicas contra o Irão, que mergulhou a economia iraniana numa severa recessão.

A ajuda humanitária, sobretudo medicamentos e equipamentos médicos, estão teoricamente fora das sanções, mas o receio de retaliações financeiras impostas pelos Estados Unidos limita consideravelmente as transações.

“[Os Estados Unidos] impedem a compra de medicamentos e de alimentos ao imporem sanções injustas, ilegais e desumanas”, insistiu hoje Rohani.

No Conselho de Segurança da ONU, a quase totalidade dos parceiros de Washington recusaram a imposição de novas sanções contra Teerão, considerando que o pedido norte-americano é “juridicamente infundado” a partir do momento em que os Estados Unidos abandonaram o acordo em 2018.

Numa carta datada de 23 deste mês e hoje tornada pública pelas Nações Unidas, a embaixadora norte-americana na ONU, Kelly Craft, enfatizou a questão, ao exortar a organização a “tomar as medidas necessárias” para “restabelecer” o comité criado pela resolução 1.737 (de 2006) e o respetivo grupo de especialistas” para monitorar o cumprimento das sanções internacionais.

Inimigos de longa data, Teerão e Washington não têm relações diplomáticas há mais de 40 anos.

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