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Primeiro financiamento do Pacto Ecológico Europeu inclui empresa portuguesa

Trata-se da ECOFOOT, de Guimarães, que desenvolveu a ‘H2COLOR-AUX’, um composto revolucionário que impede a hidrólise no processo de tingimento de têxteis, reduzindo assim consideravelmente o número de lavagens e reduzindo, consequentemente, os custos da água e da energia, os poluentes e o tempo de produção das tintas.
23 Julho 2020, 14h42

O Conselho Europeu de Inovação atribuiu mais de 307 milhões de euros a 64 empresas em fase de arranque e pequenas e médias empresas para contribuir para os objetivos da estratégia europeia para um Pacto Ecológico Europeu e o Plano de Recuperação para a Europa.

Segundo um comunicado do RAPID – Boletim Informativo da Representação da Comissão Europeia em Portugal, “as propostas vencedoras vão desde soluções inovadoras para os setores automóvel, aeroespacial e marítimo aos materiais avançados ou às tecnologias da Internet das coisas”.

“Há uma empresa portuguesa entre as escolhidas para o financiamento. Trata-se da ECOFOOT, de Guimarães, que desenvolveu a ‘H2COLOR-AUX’, um composto revolucionário que impede a hidrólise no processo de tingimento de têxteis, reduzindo assim consideravelmente o número de lavagens e reduzindo, consequentemente, os custos da água e da energia, os poluentes e o tempo de produção das tintas”, revela o referido comunicado.

De acordo com esta nota informativa, “a fase 2 do projeto de inovação irá aproximar a ‘H2COLOR-AUX’ do lançamento comercial”, acrescentando que “a ECOFOOT produzirá 24 toneladas de ‘H2COLOR-AUX’ para validação interna e validação da eficácia da ‘H2COLOR-AUX’ com três tinturarias; duas em Portugal e uma em Itália”.

“O projeto permitirá igualmente atividades comerciais cruciais, incluindo a execução da estratégia de propriedade intelectual e a estratégia de comunicação”, explica o referido comunicado.

De acordo com o RAPID, “mais de um terço das empresas selecionadas são lideradas por mulheres, o que representa um grande aumento (para o triplo) em relação aos anteriores ciclos de financiamento do CEI”.

“Este aumento reflete uma medida piloto introduzida pela primeira vez no financiamento do CEI, que garantiu que pelo menos um quarto das empresas convidadas para as entrevistas finais tinha uma diretora executiva. As 64 empresas em fase de arranque e PME [Pequenas e Médias Empresas] selecionadas situam-se numa vasta gama de países, incluindo 17 Estados-Membros da UE — sete dos quais são países que estão a melhorar o seu desempenho em I & I –, o que faz deste concurso do CEI o mais diversificado em termos geográficos”, assinala o RAPID.

Mariya Gabriel, comissária da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, afirmou a este propósito que “o Conselho Europeu de Inovação apoia empresários visionários que criam soluções transformadoras para enfrentar desafios societais e ambientais prementes, apoiando o Pacto Ecológico e o plano de recuperação para a Europa”.

“Estas empresas em fase de arranque e PME vão expandir, criar emprego e crescimento e dar à Europa a liderança mundial nas tecnologias e soluções ecológicas. Tenho também grande orgulho no aumento da inclusão com o número recorde de mulheres inovadoras e na grande distribuição geográfica por toda a Europa”, salientou esta responsável.

Para os responsáveis do RAPID, “os resultados demonstram a elevada procura do ‘financiamento misto’ do CEI, que combina subvenções com investimento em capitais próprios (38 empresas, representando 182,6 milhões de euros em investimentos em capital próprio)”.

“Os investimentos em capital próprio são feitos através do fundo do CEI recentemente criado que gere participações no capital próprio em nome da Comissão Europeia. Todas as empresas selecionadas beneficiam igualmente de oportunidades exclusivas de serviços de aceleração comercial para apoiar crescimento e expansão rápidos”, garante o comunicado em questão.

O RAPID adianta que, “além disso, o CEI atribuiu 562 Selos de Excelência ‘Pacto Ecológico’ a empresas em fase de arranque e PME para as ajudar a aceder a financiamentos provenientes de outras fontes”.

O CEI está atualmente numa fase-piloto de 3,3 mil milhões de euros, deverá estar em velocidade de cruzeiro em 2021, no âmbito do novo programa Horizonte Europa.

Em março de 2020, a Comissão alterou o programa de trabalho do CEI de 2020, a fim de incluir um orçamento de 300 milhões de euros através do Acelerador do CEI para o financiamento de inovações geradoras de mercados que contribuem para os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.

O regime oferece às empresas em fase de arranque e às PME a opção de se candidatarem a subvenções ou a financiamento misto (subvenção e/ou apoio de capital próprio).

Desde o início do projeto-piloto do Acelerador do CEI no outono de 2019, um total de 140 empresas em fase de arranque e PME ativas em todos os setores com utilização intensiva de tecnologia (saúde, digital, energia, etc.) foram pré-selecionadas para financiamento de capitais próprios num total superior a 500 milhões de euros.

O programa de trabalho do CEI alterado introduziu também disposições especiais para apoiar as candidaturas das PME e das empresas em fase de arranque com mulheres como diretoras executivas.

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