[weglot_switcher]

Investidores privados vão investir 50 milhões de euros em hotelaria na Ribeira Grande

Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, em entrevista ao Jornal Económico, salienta que estes projetos vão gerar a criação direta de mais de 300 postos de trabalho.
  • Crédito: Acácio Amaral
    Alexandre Gaudêncio (ao centro)
4 Abril 2019, 07h42

A cidade da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, nos Açores tem em mãos 14 projetos dedicados à hotelaria, por intermédio de investidores privados, que irão investir 50 milhões de euros neste setor. A informação é revelada por Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

O autarca falou em entrevista ao Jornal Económico à margem do evento ‘Big Wave Risk Assessment Group (BWRAG) Summit Açores 2019′, que decorreu no passado fim-de-semana na Ribeira Grande, inserido na quinta temporada do projeto ‘EDP Mar Sem Fim’, tendo reunido os especialistas mundiais do BWRAG, representados pelos surfistas internacionais Danilo Couto e Kohl Christensen, membros fundadores do projeto e pelo havaiano Brian Keaulana, um dos maiores peritos de segurança em ondas grandes do mundo.

Alexandre Gaudêncio afirmou que este tipo de eventos vem “acima de tudo potenciar cada vez mais a nossa economia local”, algo que “tem sido uma preocupação desta autarquia em posicionar-se nesta questão do surf”, dado que é uma forma “de por um lado trazer mais pessoas à nossa cidade e concelho”.

O autarca sublinha que este género de projetos servem para a região aproveitar para “mostrar o que temos de diferente para mostrar às pessoas, neste caso relacionado com o surf, para ser uma atividade que possam desenvolver na nossa ilha”.

Alexandre Gaudêncio, refere que o turismo nos Açores “está na moda, com os números recentes a estarem sempre com um crescimento acima dos dois dígitos, e que por isso também cabe às autarquias diferenciar-se dentro deste ‘boom’ turístico e arranjar nichos de mercado que podem ser diferenciadores de outros locais”.

O presidente da Câmara da Ribeira Grande olha para a atividade do surf como algo “inédito em toda a região”. “A nível económico estamos a apostar numa marca já registada, que é a Ribeira Grande Capital Surf, onde aproveitamos a bolsa de turismo de Lisboa para apresentá-la. A partir deste momento toda a comunicação oficial da autarquia está muito direcionada para o surf”.

Questionado sobre se tem notado uma maior procura turística na região, não só de cidadãos estrangeiros, mas também portugueses, Alexandre Gaudêncio frisa que “desde que houve a liberalização do espaço aéreo (em 2015) tudo mudou por completo. Temos muito mais pessoas a visitarem as ilhas, mais investimentos privados a nível de hotelaria, por exemplo no nosso concelho já estamos a construir a primeira unidade hoteleira de cinco estrelas”.

A liberalização do espaço aéreo em 2015 veio transformar o turismo em São Miguel. “Nos investimentos privados tínhamos 12 alojamentos locais em 2013 e terminámos o ano passado com 150. Temos 14 projetos de investimento em hotelaria. São 50 milhões de euros de investimento privado e a criação direta de mais de 300 postos de trabalho. Prevemos que daqui a dois ou três anos, a face da nossa economia que estava muito virada para agricultura, pecuária e indústria, se vá posicionar na área dos serviços e do turismo”.

Alexandre Gaudêncio afirma também que até ao ano passado eram os alemães e noruegueses que mais visitavam a região. “Por uma razão simples: até 2016 tínhamos muitos voos charters do norte da Europa, mas com a liberalização do espaço aéreo, por curioso que pareça temos muito mais espanhóis e franceses. Os portugueses do Continente representam mais de 50% dos turistas que visitam esta região”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.