A privatização da TAP não ‘tira o sono’ a Luís Rodrigues. Para o CEO e presidente do Conselho de Administração da companhia aérea este é um tema que “não me assusta minimamente”, referiu no debate ‘Desafios da Aviação e da Ferrovia na próxima década’, inserido na ‘VII Cimeira do Turismo Português’ que decorre esta sexta-feira no Palácio Nacional de Mafra.
“Temos que estar preparados para viver com ou sem privatização, porque ela pode não acontecer por alguma razão. O mercado amanhã pode mudar radicalmente e não haver condições para a fazer e a TAP tem de se aguentar”, referiu, salientando que este é um assunto que é da responsabilidade do Governo.
Para Luís Rodrigues, a mensagem que a TAP tem de transmitir ao Executivo é de confiança e de que pode contar com o apoio da companhia aérea. “Confiamos no vosso trabalho e nós internamente dizemos às pessoas, vamos esquecer que este tema existe”, sublinhou o CEO.
Outro dos temas abordados neste debate esteve relacionado com os custos para transição de combustíveis sustentáveis e emissões zero. Luís Rodrigues defendeu que primeiro que tudo este assunto é uma questão moral e como tal é para avançar. “O tema dos combustíveis é longo, complexo, não é fácil, mas obviamente que tem de ser feito”, realçou, questionando sobre onde andam os combustíveis sustentáveis.
“Na Europa o quadro que se está a desenhar, e espero que haja o bom senso de não ir por aí, é penalizar as companhias aéreas que não usem o combustível SAF. Não temos como usá-lo, porque ele não existe”, afirmou o CEO.
Sobre os desafios que esperam à TAP no futuro próximo, Luís Rodrigues começou por destacar a instabilidade geopolítica, uma vez que condiciona a procura e oferta. “Muita gente tem receio de voar para certos destinos e temos de ter um cuidado redobrado ao voar para certas zonas”, referiu, perspetivando que esta instabilidade não irá melhorar significativamente nos próximos anos.
“A indústria está a viver um pesadelo que inevitavelmente leva a custos acrescidos, não só dos combustíveis, mas também a necessidade de gerir este tema, que não é específico de Portugal, mas do mundo inteiro. Temos de continuar a fazer o nosso caminho, conseguir uma operação mais ágil e leve do ponto de vista administrativo, mais resiliente e capaz de se adaptar aquilo que vem aí”, sublinhou.
Presente neste debate esteve também José Luís Arnaut, presidente do Conselho de Administração da ANA. Questionado sobre o prazo de entrega do estudo do novo aeroporto de Lisboa, o responsável assumiu que o prazo será cumprido “escrupulosamente e a tempo”.
“O tempo da discussão acabou, agora estamos no tempo da realização e vamos entrar a seguir no tempo da construção. Não há sistema de aviação em Portugal da forma como está pensado sem a TAP, é uma questão de soberania nacional”, afirmou.
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