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Problemas de logística com a Astrazeneca não preocupam coordenador da task force

Em entrevista à TVI, o coordenador da task force afirmou que “o que não podia acontecer era chegarem vacinas e nos não termos capacidade para as administrar”. Gouveia e Melo refere que Portugal não tem falta de vacinas, mas alerta para “o desafio logístico de vacinar entre 80 a 100 mil pessoas por dia”.
MÁRIO CRUZ/LUSA
26 Maio 2021, 22h04

O vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo, coordenador da task force do plano de vacinação contra a Covid-19, mantém a convicção de que Portugal conseguirá atingir a imunidade de grupo mas alerta para fatores que fogem ao controlo das autoridades sanitárias. Um desses problemas poderá estar relacionado com a entrega de vacinas da Astrazeneca, mas Gouveia e Melo sublinha que Portugal tem “vacinas armazenadas prontas a serem administradas” e que está prestes a chegar um novo carregamento.

Em entrevista à TVI, o coordenador da task force afirmou que “o que não podia acontecer era chegarem vacinas e nos não termos capacidade para as administrar”. Gouveia e Melo refere que Portugal não tem falta de vacinas, mas alerta para “o desafio logístico de vacinar entre 80 a 100 mil pessoas por dia”.

“Eu antecipo sempre problemas, o que se tem notado é que há um contrato que diz que em determinado trimestre chegam X vacinas, o que se verificar é que para cumprirem o contrato atrasam o processo de vacinação. Está a acontecer de trimestre para trimestre, de mês para mês”, refere o coordenador da task force.

Precisamente sobre o facto de Portugal ter mais vacinas da farmacêutica britânica, que está limitada a maiores de 60 anos, o vice-almirante explica que no caso de existir um excesso “poderemos ter de ceder essas vacinas ao fundo Covax, ou para os PALOP”.

Sobre o processo de autoagendamento de vacinação, Gouveia e Melo explica que os problemas que têm surgido nos últimos tempos está ligado diretamente aos “sistemas de informação”.

Questionado sobre o dia em que pensa tirar a farda, por considerar que Portugal já não se encontra em “guerra” com a vacina, Gouveia e Melo aponta para a imunidade de grupo como objetivo principal: “Quando mais ando no processo mais perto estou desse dia [despir a farda]. Quando atingirmos a imunidade de grupo chegamos a uma parte importante do processo, é o objetivo principal. Ainda assim, não consigo antever esse dia”.

O vice-almirante aproveitou também para elogiar todos os envolvidos no processo de vacinação, sublinhando que “A grande dificuldade é juntar estas pessoas todas, como um exército, de forma organizada. Há 4.700 profissionais dedicados à vacinação, estes são os verdadeiros heróis”.

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