A Alemanha avisa que a produção automóvel pode ser suspensa com a decisão chinesa de restringir a venda de minerais críticos para o exterior.
“Se a situação não mudar rapidamente, não podemos afastar atrasos na produção ou mesmo suspensão da produção”, disse à “Reuters” o líder da associação automóvel alemã Hildegard Muller.
Em abril, a China tomou a decisão de suspender as exportações de vários minerais críticos que são essenciais para as cadeias de abastecimento dos setores automóvel, aeronáutico, semicondutores e de defesa.
A China controla 90% da capacidade de processamento dos minerais magnéticos. O embargo está em vigor desde 4 de abril em sete minerais raros e vários minerais magnéticos.
Pequim respondeu assim às tarifas anunciadas por Donald Trump; ao fechar a torneira, mostra também aos EUA e ao mundo o seu poderio nos minerais críticos.
As empresas europeias têm “milhares” de pedidos de exportação junto das autoridades chinesas, segundo a “Reuters”.
Apesar de Washington e Pequim terem chegado a acordo em Genebra, as autoridades chineses têm sido lentas a desbloquear várias restrições.
A suspensão “provocou ansiedade nos gabinetes de empresas e capitais mundiais – de Tóquio a Washington”, escreve a “Reuters”, dando conta que as autoridades têm tido dificuldades em encontrar alternativas de abastecimento, colocando em risco a produção de novos automóveis até ao final do verão.
A agência noticiosa revela que os minerais magnéticos – essenciais para produzir automóveis, drones, robots ou misseis – acumulam-se nos portos chineses enquanto esperam pela luz verde das autoridades.
Diplomatas europeus, de países grandes produtores de automóveis, já pediram reuniões de “urgência” em Pequim para tentar desbloquear a situação.
Já a associação automóvel Alliance for Automotive Innovation, dos EUA mas que engloba produtores de vários países, escreveu a Donald Trump a alertar para a necessidade destes minerais críticos para a produção automóvel.
“A China não recua, mas vai providenciar exceções lentamente e estrategicamente. É um momento doloroso numa relação já muito frágil”, disse à agência noticiosa um empresário americano que pediu o anonimato.
“Ninguém deve ficar surpreendido com esta situação. Temos um problema de produção [nos EUA] e precisamos de alavancar todo o Governo para obter recursos e aumentar a capacidade doméstica o mais cedo possível. E isto é para ontem”, disse à “Reuters” Frank Fannon ex-secretário de Estado para os Recursos Energéticos no primeiro Governo de Trump.
No final de 2020, Frank Fannon falou com o Jornal Económico em Lisboa defendendo que empresas norte-americanas deviam investir na produção de lítio em Portugal.
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