O número de microempresas em Portugal é superior ao da União Europeia (UE), representando 93,6% das empresas nacionais. Já as grandes empresas correspondem apenas a 0,3% do tecido empresarial.
Segundo o terceiro Snapshot da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que foi apresentado esta terça-feira no espaço BPI All In One no Saldanha, este fator influencia a produtividade do país, uma vez que a maior dimensão das empresas impulsiona a produtividade. “A produtividade dos países comparáveis com Portugal cresceu sete vezes mais do que em Portugal”, referiu Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral do BRP.
A diferença no número de grandes e microempresas é sentida no número de colaboradores que cada uma tem. Enquanto as microempresas têm 42,6% de empregados, as grandes empresas têm apenas 20,6%.
Nas exportações, também é notória a diferença entre os dois tipos de empresas, com as grandes empresas, apesar de representarem 0,3% do tecido empresarial, a serem responsáveis por 57,6%, ao passo que as microempresas representam 7%.
“O gap de produtividade entre empresas portuguesas e estrangeiras é muito grande nas empresas pequenas e micro, mas vai-se esbatendo nas empresas maiores”, revelou o economista António Nogueira Leite. “Uma pequena ou média empresa (PME) que, ao fim de 25 anos, ainda é uma PME não é um sucesso”, sublinhou.
Apesar de apenas cerca de 936 empresas corresponderem a 0,3% do tecido empresarial, há uma boa notícia: o “número de grandes empresas, nos últimos tempos, tem estado a crescer e o peso das microempresas tem estado a cair”, referiu Pedro Ginjeira do Nascimento.
O relatório destaca que o gasto médio por cada colaborador é maior nas grandes empresas, cerca de 73% acima das microempresas.
“Queremos contaminar a ambição do país”, afirmou Pedro Ginjeira do Nascimento, sublinhando que a Europa tem um problema “de produtividade face aos Estados Unidos”.
O snapshot compara Portugal com países que têm um desempenho superior ao nosso: “temos de aprender com eles para perceber o que nos falta fazer”, declarou Nogueira Leite.
“Portugal tem tido um desempenho económico bom, tem feito o seu caminho e alguns dos seus problemas sumiram. A nossa economia está num raríssimo ponto da história, em que temos superávit externo, uma coisa inédita”, disse o economista. No entanto, ainda há coisas para fazer: “podemos melhorar a burocracia e a conexão entre a iniciativa privada e aquilo que são os fundos públicos”.
A análise distingue seis pontos considerados essenciais para o país, que passam pelo aumento da dimensão das empresas, correção do investimento do produto para impulsionar o crescimento económico, fortalecimento do ecossistema de inovação, promoção da redução do garrote fiscal, aposta na competitividade do setor energético e simplificação da burocracia para crescer.
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