[weglot_switcher]

Proibição de carne de vaca divide Governo: Ministro da Agricultura fala em “populismo e demagogia”, ministro do Ambiente aplaude medida

Capoulas Santos defende a “liberdade de escolha informada” para os cidadãos tomarem as suas decisões. Já João Matos Fernandes defendeu que devem haver mais medidas como estas nas universidades portuguesas.
Cristina Bernardo
20 Setembro 2019, 09h35

A Universidade de Coimbra decidiu proibir carne de vaca nas suas cantinas a partir de janeiro de 2020, uma medida que tem sido criticada por vários setores económicos como os agricultores ou os produtores de leite.

A polémica já chegou ao Governo, com o ministro da Agricultura e o ministro do Ambiente e da Transição Energética a terem opiniões divergentes sobre o assunto. A medida foi tomada pelo reitor da universidade com razões ambientais, com as universidades nacionais a terem autonomia suficiente para decidirem sobre estas questões.

O responsável pela pasta da Agricultura deixou duras críticas, pela imposição da proibição por parte da Universidade de Coimbra, dizendo que a medida se deve ao “populismo e à demagogia”.

“Proibir ou educar? Não deixa de ser amargo constatar que até as vetustas paredes da centenária academia são permeáveis ao populismo e à demagogia. Sete séculos depois, o decreto ainda derrota a educação, que é a maior garantia da liberdade individual e, dentro desta, da liberdade de escolha informada”, escreveu Luís Capoulas Santos nas redes sociais.

Por sua vez, o ministro do Ambiente aplaudiu a medida por contribuir para a neutralidade carbónica. “Parece-me relevante que uma universidade, neste caso a de Coimbra, tudo faça com o objetivo de ser neutra em carbono em 2030. Esta é uma medida, obviamente outras terão que lhe seguir”, disse o governante, citado pela Lusa.

“Nós temos que evoluir para uma sociedade que seja neutra em carbono. Temos metas ambiciosas e todos os setores têm que contribuir”, disse, destacando a autonomia das universidades para tomar decisões.

Por sua vez, o líder do Partido Animais Pessoas (PAN) também aplaudiu a proibição. “É isto que defendemos, politica com coragem”, escreveu André Silva nas redes sociais.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.