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Projeto de criação de ostras em Portugal abre segunda fase de financiamento

Segundo a plataforma GoParity, o objetivo da OysterWorld é angariar 2,1 milhões no total, que será financiado na sua maior parte por um financiamento a fundo perdido do programa Mar 2020, no montante de 1,07 milhões de euros, e o remanescente por capitais próprios e uma linha de financiamento de longo prazo.
13 Agosto 2019, 07h32

A OysterWorld, produtora nacional de ostras, vai iniciar a segunda fase de financiamento do projeto.

“Depois do sucesso da primeira ronda de investimento na ‘crowdlending’ GoParity, que fechou em cinco dias, a OysterWorld abre uma segunda ronda desta vez com o objetivo de angariar 150 mil euros, com uma TANB [Taxa Anual Nominal Bruta] de 5,2% e uma maturidade de dois anos: OysterWorld II é a segunda fase de financiamento (de oito) desta empresa setubalense”, destaca um comunicado da GoPartity.

De acordo com essa informação, “o objetivo é angariar 2,1 milhões no total, que será financiado na sua maior parte por um financiamento a fundo perdido do programa Mar 2020, no montante de 1,07 milhões de euros, e o remanescente por capitais próprios e uma linha de financiamento de longo prazo”.

“Com a GoParity, a OysterWorld pretende adquirir um adiantamento com um conjunto de campanhas de financiamento até atingir o montante total de um milhão de euros”, adianta o referido comunicado.

Os responsáveis da GoParity defendem que “a produção sustentável de ostras tem um impacto positivo devido ao seu caráter purificador da água e captador de carbono da atmosfera”.

“A OysterWorld é uma produtora de ostras e vai contar com um investimento total de 2,1 milhões de euros para aumentar a sua capacidade produtiva para 360 toneladas. A segunda fase de financiamento já está aberta a investidores que podem obter um retorno de 5,2% ao ano”, acrescenta o comunicado em questão.

Segundo a GoParity, “as ostras capturam CO2 e nitrogénio e reduzem a acidificação dos oceanos”.

“Para além disso, uma ostra filtra em média 55 litros de água por dia. A acrescer aos benefícios ambientais da sua produção, o que não é comum na produção alimentar, a OysterWorld pretende utilizar métodos tecnologicamente inovadores que vão não só assegurar a sua competitividade num mercado em expansão, como garantir condições de trabalho bastante mais favoráveis e uma maior qualidade do produto”, assegura o referido comunicado.

Francisco Bernardino é o fundador da OysterWorld e também biólogo marinho e garante que a produção de ostras reduz a necessidade de recorrer à pesca extrativa, não interferindo com os ‘stocks’ naturais do oceano.

De acordo com este responsável, esta atividade também não utiliza antibióticos ou outros fármacos, nem rações, além de proporcionar ainda emprego fixo durante o todo o ano, numa zona onde as comunidades circundantes vivem, sobretudo, de expedientes e trabalhos sazonais ligados à agricultura.

A GoParity assegura que este desafio é simples”, bastando apenas 20 euros para qualquer pessoa investir através da plataforma goparity.com “e, se por um lado obtém rendimento, por outro contribui para um mundo melhor”.

“Este investimento vai permitir um novo equipamento produtivo, um método inovador testado no estrangeiro e que os diferenciará da concorrência, e que permitirá a utilização do sistema de bolsas “rotativas”. Em termos de equipamento, o objetivo é aprofundar os tanques, construir mais comportas e restruturar o armazém e Casa do Guarda; investir em painéis solares e num gerador e outros equipamentos de suporte como uma mini-draga, retroescavadora, mesas ostreícolas, calibradora, entre outros”, adianta a GoParity.

A GoParity diz que uer eliminar as barreiras ao investimento com a mais valia de se tratarem de projetos de impacto social ou ambiental com base nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).

“A OysterWorld é uma empresa saudável financeiramente e consegue abarcar três dos dezassete ODS, nomeadamente a proteção da vida marítima, a ação climática e ainda trabalho digno e crescimento económico. A primeira ronda foi um caso de sucesso porque os investidores viram ali uma oportunidade de negócio rentável e ao mesmo tempo identificaram-se com a causa sustentável.” afirma Nuno Brito Jorge, fundador e CEO da GoParity.

A GoParity é a primeira plataforma portuguesa de acesso a investimento de impacto, com base num dos 17 ODS das Nações Unidas. Em dois anos de atividade garante já ter gerado mais de 1,25 milhões de euros para 26 projetos submetidos, de mais de 2.500 investidores inscritos, com retorno na ordem dos 4-6% ao ano, o que representa já 185 mil euros, tendo como objetivo criar um ‘banco verde’.

Por seu turno, a OysterWorld, fundada em 2013, produz e comercializa ostras em 18,12 hectares de exploração em Setúbal.

A empresa exporta grande parte da sua produção para países como a Holanda, França e Espanha.

 

 

 

 

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