O projeto mundial de investigação Intercept, do qual o Hospital da Luz faz parte, recebeu um financiamento de 38 milhões de euros para “lançar um estudo observacional em grande escala e um ensaio clínico, no qual serão ‘testados’ biomarcadores para a identificação precoce da doença de Crohn”.
Este ensaio vai recrutar cerca de 10 mil pessoas, “familiares em primeiro grau de indivíduos com esta doença, em sete países europeus. Deste grupo, cerca de 80 pessoas identificadas com maior risco, participarão num ensaio terapêutico inovador para prevenir a progressão total da doença”.
Joana Torres, médica gastrenterologista do Hospital da Luz Lisboa e especialista em doenças inflamatórias do intestino, é uma das líderes do Intercept, e vai ficar a coordenar o grupo para o ensaio. O Hospital da Luz Learning Health é o parceiro português deste consórcio, sendo uma plataforma nacional para recrutamento.
O projeto, financiado pelo Innovative Health Initiative Joint Undertaking (IHI JU), conta com um orçamento superior a 38 milhões de euros para os próximos cinco anos, e pretende, com os seus resultados, causar uma melhoria na qualidade de vida de milhões de pessoas que vivem com esta doença.
“Este projeto tem o potencial de transformar a maneira como abordamos a Doença de Crohn. Nos últimos anos, temos assistido à publicação de dados que suportam o conceito de que a doença já existe muitos anos antes de ser diagnosticada, de acordo com os critérios clínicos habituais, e que é possível detetar vias inflamatórias alteradas no sangue de futuros doentes. Assim, a hipótese é que, se formos capazes de desenvolver biomarcadores que permitam um diagnóstico precoce, poderemos também intervir precocemente”, explica Joana Torres.
“Atualmente, cerca de 30 a 40% dos doentes são diagnosticados com dano estrutural irreversível a nível intestinal e cerca de 50% dos doentes não respondem às terapêuticas disponíveis. Intervir precocemente numa fase em que não existem ainda sintomas, e quem sabe lesões endoscópicas severas, poderia representar uma janela de oportunidade única para modificar o curso da doença”, refere a médica gastrenterologista.
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