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“Próxima recessão, que poderá começar em 2024, tem origem na crise energética”, afirma Ricardo Reis

O especialista e professor na London School of Economics and Political Science, Ricardo Reis, esteve presenta no encontro onde foram abordadas a origem dos atuais níveis de inflação, a atuação do Banco Central Europeu (BCE) na política monetária e a forte possibilidade de uma recessão europeia em 2024.
21 Setembro 2023, 19h57

Ricardo Reis, especialista em macroeconomia e economia monetária e financeira, afirma que “a próxima recessão, que poderá começar em 2024, tem origem na crise energética despoletada pela invasão da Ucrânia”.

O especialista e professor na London School of Economics and Political Science, esteve presente, com mais 80 líderes, no encontro realizado pela Axians, cujo principal objetivo foi debater a origem dos atuais níveis de inflação, a atuação do Banco Central Europeu (BCE) na política monetária e a forte possibilidade de uma recessão europeia em 2024.

Ricardo Reis salienta que “esta não é a recessão com origem no BCE como muitos querem fazer crer. Se o BCE tem alguma responsabilidade é pelo facto de só ter atuado em meados de 2022, quando devia ter começado a implementar medidas de contenção da inflação no último trimestre de 2021”.

“Quer queiramos quer não, esta será uma recessão ainda com origem no pós-pandemia. A recuperação foi demasiado rápida, a atuação do BCE foi demasiado lenta, e em 2024, quando a recessão chegar e for preciso baixar as taxas de juro, o BCE não o vai poder fazer pois ainda está a combater a inflação”, conclui o académico. E adianta que “voltar aos 2% só será possível na segunda metade de 2025, mais de 4 anos depois do desvio inicial, o que me parece tarde”.

Já na opinião de Pedro Faustino, Managing Director na Axians Portugal, “não há milagres e a situação estrutural da economia portuguesa só muda se o país criar mais riqueza. E isso faz-se nas empresas. Portugal precisa, por isso, de mais empresas e empresas mais fortes”.

O presidente da APDC, Rogério Carapuça, afirma que “vivemos tempos de profundas transformações e de enorme imprevisibilidade, ao nível mundial, europeu e nacional. Neste cenário, é essencial refletir sobre as políticas e estratégias que estão a ser implementadas e o que é preciso mudar, para garantir que temos empresas e economias mais resilientes e à ‘prova de futuro’ e maior qualidade de vida para os cidadãos”.

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