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PRR: Sindicato dos Médicos reclama mais investimento em instalações, equipamentos e contratação de profissionais

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) dá contributo para a discussão pública do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Pede reforço de computadores, centrais telefónicas, impressoras, e em software “adequado à prática clínica”, bem como a contratação de médicos para as Áreas Dedicadas Respiratórias (ADR) e Trace Covid-19.
2 Março 2021, 17h40

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reclama ao Governo mais investimento em instalações e equipamentos e a contratação de médicos para possibilitar aos médicos de família e médicos hospitalares seguirem os seus doentes crónicos e evitando o aumento das listas de espera para consultas e cirurgias. O pedido de reforço de investimento no SNS, diz, é o contributo do sindicato para a discussão pública do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que prevê investimentos em várias áreas num total de perto de 14 mil milhões de euros de subvenções a fundo perdido.

O SIM apela que Executivo “ouça sociedade civil e quem está no terreno”, dando conta que os contributos do sindicato no âmbito do PRR surgem numa altura em que “os médicos estão mais cansados e com menos meios”.

“O SIM, no momento da discussão pública do Plano de Recuperação e Resiliência, exige verdade e transparência, e reitera que não adianta propagandear mega obras quando o básico, por exemplo impressoras ou toner nos gabinetes de consulta, está longe de ser conseguido”, defende o sindicato liderado por Jorge Roque da Cunha, em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 1 de março.

Numa altura em que se encontra em discussão pública o PRR, que prevê 36 reformas e 77 investimentos em várias áreas como o clima e a digitalização, o SIM dá conta dos seus contributos para esta discussão pública que espera, diz, “não se cinja a aspetos formais”.

O SIM começa por reclamar o investimento em instalações e equipamento, nomeadamente computadores, centrais telefónicas, impressoras, e em software “adequado à prática clínica, com eliminação de tarefas burocráticas através da implementação de exames sem papel, disponibilização automática de resultados”. E apela à atribuição da compensação e o pagamento de horas extraordinárias durante a pandemia de “forma reforçada” a todos os profissionais de saúde, que foi aprovada na Assembleia da República.

O sindicato sinaliza ainda a disponibilização “adequada, atempada e em quantidade suficiente” de equipamentos de proteção individual. E a contratação de médicos, possibilitando aos médicos de família e médicos hospitalares seguirem os seus doentes crónicos, “evitando as complicações do aumento das listas de espera para consultas e cirurgias, e o inevitável aumento da morbilidade e mortalidade indiretamente relacionada com o SARS-CoV-2”.

O SIM considera também ser necessário um “efetivo reforço do investimento do Orçamento do Estado no SNS, com valorização da carreira médica e contratação de mais médicos para o SNS”. Para tal, diz, “é essencial a revisão salarial prometida há 12 anos, que permita atrair e fixar médicos no SNS, concursos regulares sem atrasos – para admissão e para progressão – e políticas de verdadeiros incentivos”.

Mais de 1.800 médicos de família desviados para outras tarefas, diz SIM

Na lista de reivindicações do SIM consta ainda a contratação de médicos para as Áreas Dedicadas Respiratórias (ADR) e Trace Covid-19, alertando o sindicato que “mais de 1.800 médicos de família estão a ser desviados para essas tarefas, ficando impedidos, por imposição do Governo, de seguir correta e regularmente os seus doentes crónicos”.

O sindicato liderado por Jorge Roque da Cunha apela inda ao reforço de investimento em meios humanos e materiais da especialidade de Saúde Pública, nomeadamente quanto ao pagamento do trabalho suplementar e do suplemento de autoridade de saúde.

O investimento no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses é outra das reivindicações do SIM, realçando aqui que o objetivo é “fortalecer o número de médicos e melhorar a sua capacidade e qualidade técnica, sendo para tal necessária uma aposta na capacidade de formação e fixação de profissionais, não esquecendo, à imagem do SNS, a necessidade de concursos sem atrasos (para admissão e para progressão)”. O sindicato reitera que “são gastas anualmente centenas de milhar de euros com prestadores de serviços, alguns sem formação, devido à falta de profissionais”.

“O SIM reafirma a sua total disponibilidade para o diálogo com o Governo e o seu empenho no combate à pandemia, este é mais um contributo construtivo” conclui.

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