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PSA e estivadores chegam a acordo no porto de Sines

Segundo uma nota interna da PSA Sines e do Sindicato XXI, o acordo abrange cerca de 90% dos trabalhadores do terminal de contentores do terminal XXI e prevê um aumento salarial anual médio de 7%, mais inflação.
28 Agosto 2019, 14h26

A PSA Sines, concessionária do terminal de contentores do porto de Sines (Terminal XXI) e os estivadores do Sindicato XXI chegaram a acordo.

De acordo com uma comunicação interna conjunta da PSA Sines e da Laborsines e do Sindicato XXI, a que o Jornal Económico teve acesso, datada da passada segunda-feira, “é com enorme satisfação que confirmamos a conclusão do processo negocial com vista à implementação de um acordo que contempla novas tabelas salariais e de progressão de carreira para operadores portuários e técnicos de engenharia (abrangendo cerca de 90% dos colaboradores do Terminal XXI)”.

“Este acordo, entretanto retificado pelos colaboradores em plenário, e tal como todos os outros definidos e implementados nos últimos anos, apenas foi possível devido à preocupação extrema de ambas as partes em obter compromissos que permitam que o Terminal XXI cresça de um modo sustentado e com o objetivo claro de fazer de Sines um dos portos europeus de referência”, adianta a referida comunicação interna.

Segundo esse documento, “é de igual modo evidente que apenas com uma visão estratégica virada para o futuro, e sem receios de fazer cedências de ambas as partes, é que conseguimos atingir um ponto de equilíbrio considerado vantajoso para todos, sendo que a obtenção de um acordo que garante um incremento salarial médio de 7% + inflação para o futuro é sem dúvida um excelente resultado”.

“É neste contexto positivo, e de convição de que vamos recuperar os volumes que entretanto foram desviados para outros portos, que a PSA Sines/Laborsines efetua desde já o esforço adicional de manter os 20 colaboradores cujo contrato não iria ser renovado no final de agosto, sendo certo que caso existam alterações durante o próximo mês, tanto a empresa como o Sindicato XXI reconhecem a eventual necessidade de efetuar novos ajustes de estrutura no futuro: o cenário menos positivo implicará nova redução do número de colaboradores, enquanto que o cenário mais positivo implicará o aumento do número de colaboradores com o regresso dos colegas que recentemente não viram o seu contrato renovado”, esclarece a comunicação interna conjunta.

Quer a PSA Sines, quer o Sindicato XXI sublinham que, “de igual modo sustentados neste acordo positivo agora alcançado, iremos continuar a manter o diálogo necessário entre as partes para ultrapassar em conjunto os desafios, quer sejam temas já identificados e pendentes, ou então temas que surjam em paralelo com o crescimento que todos queremos para o nosso terminal”.

“Para finalizar, o nosso agradecimento a todos aqueles que durante os últimos meses participaram nas conversas e clarificações associadas aos temas em discussão, e votos que a estabilidade duradoura estabelecida no documento agora assinado seja o alicerce para um futuro de desafios”.

Conforme o Jornal Económico avançou em primeira mão, além de uma greve às horas extraordinárias, a partir de 12 de agosto foi convocada pelo Sindicato XXI uma outra greve a três horas por cada turno de trabalho.

Face ao agravamento do conflito laboral, a PSA Sines reagiu, alertando que estava em causa o investimento de cerca de 550 milhões de euros acordado com o Estado português para a expansão do Terminal XXI e evidenciando que este ano as paralisações deverão provocar uma quebra de cerca de 25% nos contentores movimentados face ao ano passado.

O Terminal XXI encerrou 2018 com um total de 1,8 milhões de TEU (medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento), mas a PSA prevê que este ano apenas consiga chegar a 1,3 milhões de TEU, no que será o primeiro com quebra, na casa dos 25%.

Segundo os responsáveis da concessionária, entre janeiro e final de julho deste ano deveriam ter sido movimentados no Terminal XXI 1,1 milhões de TEU, mas apenas forma movimentados cerca de 800 mil TEU, o que representou uma quebra superior a 25% face ao inicialmente projetado.

Com as perturbações causadas pelas greves, o tráfego foi desviados para portos concorrentes em Espanha (Valência, Barcelona e Algeciras) e Marrocos (Tânger Med).

Esta situação teve reflexos negativos na força de trabalho contratada pela PSA Sines, que chegou a ser de cerca de um milhar de colaboradores, mas que, neste momento, foi reduzida para cerca de 900, após a não renovação de contratos com cerca de uma centena de trabalhadores do Terminal XXI.

À meia noite do passado dia 18 de agsto, o Sindicato XXI levantou a greve para se poder iniciar um processo negocial com a PSA Sines, que agora chegou a bom porto.

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