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PSD considera “incompreensível” que escolas se mantenham abertas durante confinamento geral

O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Ricardo Baptista Leite defende que, “numa lógica de precaução”, era preferível fechar agora as escolas e reavaliar-se a situação daqui a 15 dias. Diz ainda que, com “meias medidas”, será mais difícil e demorado o combate à pandemia.
  • Flickr/PSD
14 Janeiro 2021, 16h58

O Partido Social Democrata (PSD) considera que é “absolutamente incompreensível” que as escolas se mantenham abertas durante o confinamento geral que entra em vigor esta sexta-feira. O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Ricardo Baptista Leite defende que, “numa lógica de precaução”, era preferível fechar agora as escolas, e que, com “meias medidas”, será mais difícil e demorado o combate à pandemia.

“É absolutamente incompreensível que se coloque este risco em cima da mesa. Não sabemos qual vai ser o impacto de manter as escolas abertas, mas, numa lógica de precaução preferíamos ver o encerramento [das escolas] e, daqui a duas semanas, poder reavaliar, do que arriscar vidas humanas e eventualmente voltarmos atrás”, disse, em reação às medidas de confinamento anunciadas esta quarta-feira pelo Governo.

Em conferência de imprensa na Assembleia da República, Ricardo Baptista Leite referiu que os dados epidemiológicos mostram que existem “riscos associados a encontros antes e depois das aulas”, especialmente entre os “10 e 19 anos e os 20 e 29 anos”, pelo que “não garantir que todo o esforço tenha sido feito para reduzir o número de casos o mais depressa possível” é “contraproducente”.

Para o PSD, as escolas a partir do 7.º ano deveriam ser encerradas e os alunos deveriam regressar às aulas virtuais, como se verificou no terceiro semestre do ano passado, e reavaliar-se, dentro de 15 dias, a medida. “Nessa é a diferença entre conseguirmos conter a pandemia em 3 ou 4 semanas ou podermos ver um arrastar de mais e mais medidas ao longo de semanas sucessivas, o que tem consequências devastadoras”, sustentou.

O deputado social-democrata defendeu ainda que “um confinamento que é uma atómica que se usa quando se desconhece o que se pode fazer de uma forma dirigida” e que deve ter “três objetivos”: evitar ou, pelo menos, minimizar o colapso do Serviço Nacional de Saúde (SNS); permitir a recuperação a economia; e “ganhar tempo para corrigir a trajetória errada que levou ao falhanço da resposta do país à Covid-19”.

O PSD entende que esses objetivos podem “não ser cumpridos” por deveria ter sido cumprido o “princípio de precaução”, ou seja, “na dúvida, restringir mais em vez de restringir menos”. Além disso, Ricardo Baptista Leite considera que é preciso que o Governo reconheça que errou, na preparação das medidas para o outono/inverno,  “para não voltar a errar e evitar que quando acabar este confinamento não voltem a subir os casos”.

“Não podemos, depois deste esforço sem precedentes, que causam sofrimento atroz sobre o povo português obrigar a um novo confinamento por altura da Páscoa”, alertou, salientando que, “ao tomar meias medidas, vamos arrastar situações de restrições e confinamentos que vão atrasar a recuperação da economia, que já está numa situação tão difícil, com o país com uma dívida externa em números recorde e com o desemprego a subir em flecha”.

Portugal irá regressar ao confinamento geral a partir das 0h00 desta sexta-feira, dia 15 de janeiro. O confinamento será idêntico ao de abril e irá manter-se até às 23h50 de 30 de janeiro. As escolas irão manter-se abertas e será dada liberdade de circulação para os eleitores irem votar nas eleições presidenciais, marcadas para dia 24.

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