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PSD considera “prepotente” medida da autarquia de Lisboa sobre emissões reduzidas na Baixa de Lisboa

“Temo que a Baixa se transforme num parque temático de recreio, para turistas e estrangeiros residentes com vistos gold que passam umas semanas por ano na cidade. Vai afastar quem quer viver a Baixa como parte do seu dia-a-dia, para morar ou trabalhar. Vai gentrificar a Baixa”, salienta o vereador do PSD na autarquia de Lisboa, João Pedro Costa, em comunicado.
Lisboa
1 Fevereiro 2020, 11h45

O vereador do PSD na Câmara Municipal de Lisboa, João Pedro Costa, diz que medida avançada pelo presidente da autarquia, Fernando Medina, para a criação de uma nova Zona de Emissões Reduzidas (ZER) nas zonas Avenidas/Baixa-Chiado, em Lisboa, representa uma decisão “prepotente” e “deslumbrada”, “não ponderada” e “injusta”.

“Uma decisão destas não se pode tomar de forma prepotente, deslumbrada, não anunciada e sem um debate sério. Segundo, porque a convergência com as metas ambientais deve ser uma prioridade, sim, mas ponderada, justa e socialmente integradora. O que esta proposta não é”, lê-se no comunicado enviado pelo gabinete dos vereadores do PSD, este sábado, 1 de fevereiro.

João Pedro Costa escreveu que a proposta, apresentada na sexta-feira, por Fernando Medina não foi “ponderada” e que “não resolve em nada” um problema ambiental de escalada global.

O vereador alertou, ainda, que com a ZER apresentada “nenhuma família com filhos vai ter condições para morar na Baixa”.

“Temo que a Baixa se transforme num parque temático de recreio, para turistas e estrageiros residentes com vistos gold que passam umas semanas por ano na cidade. Vai afastar quem quer viver a Baixa como parte do seu dia-a-dia, para morar ou trabalhar. Vai gentrificar a Baixa”, argumentou.

O PSD defende que também que a proposta “é socialmente segregadora, porque serve apenas uma minoria que tem motorista ou carros elétricos”,

A medida apresentada por Fernando Mediana na sexta-feira determina que o trânsito automóvel na zona da Baixa-Chiado, passará a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06h30 e as 00h00, a partir do verão, ao abrigo do novo ZER para as zonas Avenidas/Baixa.

A partir de julho/agosto, será necessário um dístico para aceder a esta zona e, no caso dos residentes, estacionar à superfície.

O acesso ficará assim condicionado aos segmentos autorizados, com controlo de acessos, que funcionará todos os dias entre as 06:30 e as 00:00.

Neste horário não poderão circular veículos com mais de 7,5 toneladas, exceto pesados de passageiros autorizados, viaturas de higiene urbana e veículos de emergência.

Com exceção de veículos de residentes e de cidadãos com mobilidade reduzida, é também proibida a circulação de viaturas anteriores ao ano de 2000.

Os veículos das forças e serviços de segurança, de proteção civil e serviços em missão de urgência, veículos funerários em serviço, motociclos, ciclomotores e velocípedes não precisam de dístico.

Quando o projeto entrar em vigor, o acesso e estacionamento na via pública passará a ser permitido apenas a residentes, cuidadores e a veículos afetos ao Serviço Nacional de Saúde e a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).

A ZER abrange parte das freguesias de Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António, sendo delimitada a norte pela Calçada da Glória, Praça dos Restauradores e Praça do Martim Moniz, e a sul pelo eixo formado pelo Cais do Sodré, Rua Ribeira das Naus, Praça do Comércio e Rua da Alfândega.

Esta zona de emissões reduzidas é delimitada a nascente pela Rua do Arco do Marquês de Alegrete, Rua da Madalena e Campo das Cebolas, e a poente pela Rua do Alecrim, Rua da Misericórdia, Rua Nova da Trindade e Rua de São Pedro de Alcântara.

 

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